20 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

STF quebra sigilo de 10 deputados e um senador aliados do presidente

A PF também cumpriu mandados de busca e apreensão solicitados pela PGR e determinados pelo STF contra alvos bolsonaristas

Relator no STF (Supremo Tribunal Federal) do inquérito que apura atos antidemocráticos por parte de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes determinou a quebra do sigilo bancário de dez deputados federais e um senador

Os alvos são:

  • Daniel da Silveira (PSL-RJ)
  • Cabo Junio de Amaral (PSL-MG)
  • Carla Zambelli (PSL-SP)
  • Caroline de Toni (PSL-SC)
  • Alê Silva (PSL-MG)
  • Bia Kicis (PSL-DF)
  • General Girão (PSL-RN)
  • Guida Peixoto (PSL-SP)
  • Aline Sleutjes (PSL-PR)
  • Otoni de Paula (PSC-RJ)
  • Arolde de Oliveira (PSC-RJ), senador.

A assessoria de imprensa da deputada federal Carla Zambelli esclarece que a defesa da parlamentar não foi intimada a respeito de suposta quebra de sigilo bancário da deputada, não sabendo sequer em qual procedimento a referida decisão pode ter sido ultimada.

Carla Zambelli afirma que “se alguém espera encontrar algo que me comprometa, terá uma grande decepção”. “Reforçamos que a parlamentar está, como sempre esteve, à disposição das autoridades”.

“Mais uma vez eu estou sabendo a partir da imprensa apenas. Direitos e garantias fundamentais assegurados, com exceção daqueles que são apoiadores do presidente Bolsonaro. Se você se dispõe nesse sentido publicamente e tem algum tipo de influência, pode ter certeza que a intenção é intimidar você. Eu não fui notificado de nada, não tenho nenhuma informação oficial acerca disso. […] A única coisa que eu financiei recentemente é o meu apartamento. Eu não tenho mais financiamento de absolutamente nada. E ainda que fizesse doações para manifestações, é direito meu”. Deputado Junio Amaral (PSL-MG) 

Ação nesta manhã

A Polícia Federal cumpriu, na manhã desta terça-feira (16), mandados de busca e apreensão solicitados pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e determinados pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

As medidas, que atingem aliados do presidente Jair Bolsonaro, têm o objetivo de instruir o inquérito que investiga a origem de recursos e a estrutura de financiamento de grupos suspeitos da prática de atos antidemocráticos.

Entre os alvos estão um advogado e um marqueteiro ligados à Aliança pelo Brasil, partido que Bolsonaro tenta criar desde sua saída do PSL, no final do ano passado.

Uma linha de apuração neste inquérito, segundo a PGR, busca esclarecer se os investigados se articularam com parlamentares e outras autoridades com prerrogativa de foro no STF ”para financiar e promover atos que se enquadram em práticas tipificadas como crime pela Lei de Segurança Nacional (7.170/1983)”.