O ministro da Saúde, Nelson Teich, anunciou que o governo federal vai lançar uma diretriz para que estados e municípios possam criar políticas e programas próprios em relação ao isolamento social durante a pandemia do novo coronavírus. A proposta será apresentada na próxima semana.
“Se você não tem um acontecimento explosivo da doença no Brasil, como acontece aqui, é impossível um país sobreviver ficando um ano e meio parado”. Nelson Teich, ministro da Saúde, usando como referência prazo para possível descoberta da vacina.
Isolamento criticado
As medidas de restrição adotadas por governadores e prefeitos têm sido alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro e foram um das causas que levaram ao desgaste na relação e à decorrente demissão do antigo ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM).
Seguindo recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde), Mandetta defendia a quarentena como medida para contenção da pandemia e orientou mais de uma vez a população a dar ouvidos a governadores e prefeitos quanto a isso.
Ao assumir, na semana passada, Teich reiterou em mais de uma ocasião que a Saúde e a Economia não competem, mas são complementares. E agora já argumenta que “o isolamento é uma medida natural e lógica na largada, mas ele não pode não estar acompanhado de um programa de saída”.
“Se você analisar mortos por milhão de pessoas, o número do Brasil é de 8,17. A Alemanha tem 15, a Itália tem 135, Espanha tem 255 e Estados Unidos, 129. O nosso número é um dos melhores”. Nelson Teich.
Colapso
Apesar disso, o avanço da pandemia de covid-19, que já matou pelo menos 2.906 pessoas segundo o dado oficial e infectou ao menos 45.757 pessoas, fez os sistemas de saúde de diversos estados começarem a mostrar sinais de colapso.
Com o triplo de mortes da média do país, o Amazonas enfrenta uma grave crise no sistema de saúde. Em Pernambuco, onde ocorreram 282 óbitos e há 3.298 casos confirmados, 99% os leitos de UTI (unidade de terapia intensiva) já estão ocupados.
A sobrecarga do sistema de saúde preocupa também no Rio de Janeiro, que tem quase 80% dos leitos de UTI ocupados.