7 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Maceió

Teve protestos: Defesa Civil considera simulação no Pinheiro um sucesso

Moradores do bairro com problemas estruturais e com habitações que precisaram ser interditadas fecharam a Fernandes Lima após simulado de evacuação

Mais de 700 pessoas, entre orgãos da Prefeitura de Maceió, do Governo do Estado e da União, trabalharam, na tarde deste sábado (16), no simulado de evacuação do bairro Pinheiro, ação estratégica e preventiva que é uma das etapas previstas na elaboração do Plano de Contingência de Defesa Civil e Proteção (Placon).

Com organização das equipes da Defesa Civil Estadual e Municipal, o posto de comando ficou concentrado no 59º BIMTZ, na Avenida Fernandes Lima, de onde partiu as orientações as equipes que auxiliaram a população na evacuação.

Titular da Defesa Civil de Maceió e coordenador das ações no âmbito municipal, Dinário Lemos esclareceu o objetivo do treinamento. era preparar a população para caso de desastre no bairro do Pinheiro, bem como observar o desempenho das equipes, para correções e melhorias. Não simular uma tragédia, mas, sim, dar ciência das rotas de fuga e pontos seguros

Por volta das 15 horas, viaturas militares circularam por vias do bairro simulando o alerta diante de uma ocorrência e os moradores deixaram seus imóveis. Ele foram direcionados aos quatro pontos de apoio, que foram distribuídos no Cepa, Casa Vieira, Terminal do Sanatório e na rua da Importadora Veículos e coordenados pela Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas).

Quatro equipes compostas por médicos, enfermeiros, técnicos, psicólogos, assistentes sociais e supervisores da rede de urgência e emergência estiveram espalhados pelos pontos de apoio da ação, auxiliando na demandas da área.

Durante o simulado, a SMS também levou aos locais de apoio ambulâncias que estiveram à disposição da população, caso fosse necessário algum encaminhamento. Os profissionais capacitados ficaram responsáveis pelos atendimentos básicos.

“As pessoas precisam saber, em caso de acidente, qual a rota elas vão seguir e para que lugares serão encaminhadas. Não significa que vai acontecer um acidente de grandes proporções, mas a gente precisa se precaver. Os moradores foram treinados para evitar qualquer tipo de acidente grave”. Thales Sampaio, coordenador do Serviço Geológico do Brasil (CPRM).

Após o fim da ação, a Defesa Civil de Maceió avaliou como positivo o resultado do simulado, que ao final teve a população orientada sobre sugestões de aperfeiçoamento do trabalho, para avaliação pela coordenação dos trabalhos.

“Conversamos muito  com a população e sentimentos que eles estavam com muitas dúvidas, e é normal, porque é o primeiro simulado que eles participam. Durante a ação, ninguém ficou desassistido. Esse era o foco e foi cumprido. Tivemos uma média de 700 pessoas trabalhando, entre os 350 servidores da Prefeitura, voluntários da Cruz Vermelha, Governo do Estado e outras instituições. Algumas pessoas ficaram analisando todo o processo e vamos juntar as informações para que a gente ajuste e caiba dentro da maior normalidade possível num caso de uma situação real”. Arthur Costa, coordenador-geral de ações e contingência da Defesa Civil de Maceió.

A simulação contou com a participação do Exército Brasileiro, Marinha do Brasil, Força Aérea, Corpo de Bombeiros, Grupamento Aéreo, Polícia Militar, Samu, Eletrobras, Casal, Algás, Anatel, Cruz Vermelha e a empresa Viva a Vida. Houve a integração também de órgãos da Prefeitura de Maceió e do Governo do Estado, como a SMS, Semas, Semscs, SMTT, Semds, Semed e Sesau.

Protestos

Um grupo de moradores que se dirigiu ao Cepa, um dos pontos seguros na simulação, fechou a Fernandes Lima após a ação, na tarde deste sábado. Protestando contra a falta de assistência e de informações, eles deixaram suas casas segurando cartazes pedindo solução para o afundamento de ruas e rachaduras que ameaçam imóveis no bairro.

Há relatos de que alguns moradores do bairro não sabiam o que estava sendo feito. Sem estarem cientes da simulação, foram pegos de surpresa e criticaram a falha de comunicação. Outros criticaram a falta de apoio para a retirada da população das residências. Na região, há muitos idosos e alguns não receberam apoio durante o percurso de, às vezes, até 2 quilômetros.

Muitos ainda não compreenderam a escolha do Cepa como um ponto seguro, já que o complexo apresenta rachaduras.

O Batalhão de Polícia de Trânsito foi acionado para desviar o fluxo de veículos sentido Centro.