3 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
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Tsunami do ódio cria zumbis, nazistas, racistas e nega honraria a Gilberto Gil

E, lamentavelmente, padres, pastores e políticos têm a ver com toda essa onda nefasta

Difícil imaginar o que será do futuro deste País, com o tsunami da intolerância, do ódio, da ignorância e dos zumbis religiosos, mestres em infectar as pessoas sem qualquer discernimento da realidade, da mentira e nem mesmo da fé.

No meio disso tudo está a ganância, o dinheiro e a idiotice explícita, irrigada pelo combustível da mentira. Combustível esse que alimenta as bolhas e fortalece a rede da maldade.

Infelizmente, essa é uma realidade latente e que tem dado visibilidade a personagens cruéis, racistas, homofóbicos, preconceituosos e violentos.

E é preciso repetir com todas as letras: Nada disso tem a ver com a ideologia.

Tem, sim, com os interesses escusos de uma gente que considera trabalho escravo uma necessidade para os seus interesses. Uma gente que considera que lugar de mulher é na cozinha e submissa à sua voz de “comando”.

Uma gente inclusive que considera que “bandido bom é bandido morto”, desde que sejam negros e moradores da periferia. Os ricos e brancos do seu entorno são considerados “homens de bem”.

Essa cultura transversa, medieval, avança em todas as regiões do País. Mais ainda no sul e sudeste.

Imagine que jovens de uma universidade paulista ridicularizaram uma senhora de 40 anos, que resolveu cursar a mesma faculdade que elas.

Ou imagine o caso do jovem estudante do terceiro ano do ensino médio, em Brasília, que no Dia Internacional da Mulher, “presenteou” a professora com um pacote de Bom Bril. E ainda chamou os colegas que o contestaram de “machos Beta”.

Pior: Em  Aracruz, no Espírito Santo, um jovem pegou a arma do pai, um policial militar, invadiu uma escola e disparou balas da pistola. Deixou duas professoras e uma aluna de 12 anos mortas. Ele estava vestido de preto e colou na roupa uma suástica do Nazismo de Adolf Hitler.

Não foi apenas ele: Também de suástica nazista colada ao braço, um adolescente de 17 anos foi apreendido em fevereiro deste ano, após atirar bombas em duas escolas de Monte Mor, interior de São Paulo.

São exemplos do mundo tosco e bélico, fomentado no País por uma gente louca e sem alma cidadã.

Uma gente que nega a história, a cultura e os ícones da paz neste País. Ícones como cantor e compositor Gilberto Gil, de 80 anos.

O artista teve rejeitado, pela segunda vez, o título de cidadão honorário de Florianópolis, nesta terça-feira, 14 de fevereiro.

Claro, que o título não mudaria nada na vida dele. Mas, a negativa do parlamento mirim tem tudo a ver com que está dito aqui neste blog.

Essa gente é uma ameaça à esperança. Principalmente quando desrespeitam os semelhantes, agridem e alimentam o conceito de um mundo só para si.

E, lamentavelmente, padres, pastores e políticos têm a ver com toda essa onda nefasta, quando corroboram com esse mundo de tristeza, sombrio, sem lugar para o sonho além mar.

E essa é uma dor mais que doída, que não se vislumbra ter fim.