O papa Francisco afirmou nesta quarta-feira, 18, que tomar a vacina contra a covid-19 é um “ato de amor”, ao liderar uma campanha que pretende aumentar a confiança nos imunizantes. O pontífice declarou que a tomar vacina é uma forma simples de ‘promover o bem comum e de cuidar uns dos outros, especialmente dos mais vulneráveis’.
As palavras de Francisco foram divulgadas numa mensagem em vídeo aos povos latino-americanos, lançando um apelo à consciência de cada um fazendo votos de uma atitude responsável para enfrentar juntos a pandemia.
“Graças a Deus e ao trabalho de muitos, hoje temos vacinas que nos protegem da Covid-19”, afirmou o pontífice em uma mensagem para a iniciativa americana “It’s Up to You” (Depende de Você).
“Elas nos dão a esperança de acabar com a pandemia, mas apenas se estiverem disponíveis para todos e se trabalharmos juntos”, afirmou Francisco em um vídeo direcionado a comunidades afetadas pelo vírus na América do Norte, Central e Sul.
Cardeais e arcebispos de Brasil, El Salvador, Honduras, México e Peru também participaram no vídeo com mensagens a favor da vacinação.
“E ajudar para garantir que a maioria das pessoas seja vacinada é um ato de amor. Amor por si mesmo, amor pela família e amigos, amor por todas as pessoas”, disse o pontífice de 84 anos.
A Covid-19 provocou mais de 4,37 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, na China em dezembro de 2019, de acordo com dados compilados pela AFP.
Apesar das grandes campanhas de vacinação, a desconfiança a respeito dos governos ou laboratórios farmacêuticos e as teorias da conspiração alimentam a transmissão do vírus.
Nos Estados Unidos, país com mais mortes por Covid-19, a maioria das mortes recentes e casos graves de coronavírus aconteceu entre pessoas que não foram vacinadas.
O amor é também social e político
“Vacinar-se, com vacinas autorizadas pelas autoridades competentes, é um ato de amor. E ajudar a fazer de modo que a maioria das pessoas se vacinem é um ato de amor. Amor por si mesmo, amor pelos familiares e amigos, amor por todos os povos. O amor também é social e político, há amor social e amor político, é universal, sempre transbordante de pequenos gestos de caridade pessoal capazes de transformar e melhorar as sociedades”, prossegue o papa.
Vacinar-se, um modo simples de promover o bem-comum
Francisco conclui afirmando que vacinar-se é uma forma simples mas profunda de promover o bem comum e de cuidar uns dos outros, especialmente dos mais vulneráveis. “Peço a Deus que cada um possa contribuir com seu pequeno grão de areia, seu pequeno gesto de amor. Por menor que seja, o amor é sempre grande. Contribua com estes pequenos gestos para um futuro melhor”.
Apelo conjunto dos prelados latino-americanos
O apelo do papa é reforçado por vários cardeais do continente, que foram unânimes em nos lembrar da necessidade de vacinar-se contra o coronavírus. José Horacio Gómez, do México, presidente dos bispos dos Estados Unidos, espera que com a ajuda da fé as pessoas possam enfrentar os riscos da pandemia e que todos nós possamos nos vacinar. Carlos Aguiar Retes, arcebispo de Cidade do México, pediu a vacinação do norte ao sul do continente porque – afirma – estamos todos interligados e a esperança deve ser sem exclusão. O cardeal Hummes se faz porta-voz das mesmas palavras do papa: vacinar-se é um ato de amor por todos e aponta que os esforços heroicos do pessoal de saúde produziram vacinas seguras e eficazes para toda a família humana. O cardeal salvadorenho Rosa Chávez falou de uma “responsabilidade moral para toda a comunidade”: “Nossa escolha de vacinar afeta os outros”. O cardeal hondurenho Óscar Andrés Rodríguez Maradiaga também expressou seu apoio à campanha de conscientização: “Ainda temos mais a aprender sobre o vírus, mas uma coisa é verdade: as vacinas autorizadas funcionam e salvam vidas, são uma chave para a cura pessoal e universal”. Do Peru, dom Miguel Cabrejos Vidarte, presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), apelou à unidade e voltou ao aspecto de proteger nossa saúde integral, convidando as pessoas a se vacinarem porque “a vacinação é segura e eficaz”.