20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Valdemar admite que todos tinham minuta golpista e que Bolsonaro “estava o pó” ao perder para Lula

Jair ficava sem comer por até 5 dias por causa da derrota nas eleições e entrou em depressão

Em um momento de extrema sinceridade, Valdemar Costa Neto, presidente do PL, afirmou que várias minutas golpistas circulavam no entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Uma delas inclusive foi o principal motivo da prisão do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, também ex-secretário de Segurança em Brasília, que estava nos EUA enquanto bolsonaristas destruíam as sedes dos Três Poderes.

“Nunca comentei, mas recebi várias propostas, que vinham pelos Correios, que recebi em evento político. Tinha gente que colocava [o papel] no meu bolso, dizendo que era como tirar o Lula do governo. Advogados me mandavam como fazer utilizando o artigo 142, mas tudo fora da lei. Tive o cuidado de triturar”. Valdemar Costa Neto em entrevista ao O Globo.

O presidente do PL acredita que estes documentos eram entregues no entorno de Bolsonaro porque ele teria sido pressionado a “fazer algo errado” e que havia gente que “achava que ele podia dar o golpe”.

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“Como o pessoal acha que ele é muito valente, meio alterado, meio louco, achava que ele podia dar o golpe. Ele não fez isso porque não viu maneira de fazer”, completou Valdemar, afirmando que nunca seguiu com sugestões ilegais.

Bolsonaro, no entanto, quando respondeu sobre as minutas ao TSE, disse o documento nunca teria saído da casa de Torres.

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Só o pó

Valdemar foi além e também falou sobre a reação de Bolsonaro após perder as eleições e admitiu que errou por não prepará-lo para uma possível derrota nas urnas.

“Nunca tocamos nesse assunto, não passou isso pela cabeça dele. Quando fui lá na segunda-feira [após a eleição], ele estava um pó. Quando eu o vi após uma semana, eu achei que ele ia morrer. O cara estava desintegrando”.

O presidente do partido afirma que foi preciso quase um mês para Jair melhorar do baque. Quando questionado, o derrotado na eleição afirmou que “voltou a comer”, depois de passar períodos sem comer por até 4 ou 5 dias. “Seu mundo virou de cabeça pra baixo”, disse Costa Neto, descrevendo um período depressivo do ex-presidente.

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Bolsonaro, vale lembrar, fugiu do país dois dias antes do fim do mandato e continua por lá até hoje. Sua esposa, Michelle, voltou sem ele.