“É de fazer chorar quando o dia amanhece e obriga o frevo acabar, ó quarta-feira ingrata, chega tão depressa só pra contrariar”. Os versos compostos pelo pernambucano Luis Bandeira foram cantados no cenário do nascimento do Marechal Floriano Peixoto, o segundo presidente do Brasil.
A histórica Igreja Nossa Senhora do Ó, no bairro de Ipioca, é testemunha da alegria dos foliões durante os quatro dias de festa, mas também das lamentações pelo término da programação do Carnaval de Maceió na madrugada desta quarta-feira (26).
Foi com a presença da Caravana Cultural do Pinto da Madrugada com o Rei Momo e a Rainha do Carnaval que os moradores e visitantes se despediram do Carnaval no Alto de Ipioca, um dos oito polos espalhados por Maceió.
A descentralização do Carnaval em Maceió foi uma iniciativa da Prefeitura por meio da Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC), que destinou R$ 140 mil para custeios de produção das festas realizadas pelas Organizações da Sociedade Civil selecionadas através de edital. A estrutura de cada polo – palco, som, iluminação e banheiros químicos – também foi fornecida pelo Município.
Orla
O encerramento do Carnaval na Orla de Maceió foi com os Blocos Afros. Com uma mensagem de amor, respeito, valorização cultural e resistência ao som de axé, ficou difícil saber quem mais se contagiou com o clima: quem estava apenas se divertindo ou quem foi protagonista das apresentações.
Polo Benedito Bentes
Na parte alta da cidade, Jhony Black e Banda H+ foram as atrações responsáveis pelo último dia de festa no Polo Benedito Bentes, na Praça de Esportes. “Foi uma festa inacreditável, não dá para superar nenhum bairro na animação, porque o pessoal brincou na paz e não faltou alegria”, garantiu o vocalista Jhony.
Descentralização
A aproximação da Prefeitura de Maceió com os bairros por meio da descentralização do Carnaval de Maceió é um aspecto destacado pelo presidente da Fmac Vinícius Palmeira, ao chegar ao fim da programação carnavalesca, que este ano contou com a ação inédita da Caravana Cultural do Pinto da Madrugada.
“Desde sexta-feira a gente circulou os oito polos. Estamos felizes porque é o ano da despedida da gestão Rui Palmeira e são oito anos de aproximação dos bairros, porque o nosso entendimento é que a cultura deve ser feita de forma descentralizada. Ampliamos as prévias, retornamos à Rua Sá e Albuquerque e consolidamos, sobretudo, um carnaval que chega ao munícipe, em todos os formatos e ritmos”. Vinícius Palmeira, presidente da Fmac.
O presidente da Fmac também lembra que a diversidade cultural foi levada em consideração no planejamento para a realização do Carnaval.
“Fica um sentimento saudoso, porque é muito importante entender a particularidade de cada bairro. Fernão Velho é de um jeito, Ipioca tem outra forma de se expressar. Então nos últimos anos, a gente vem trabalhando dentro da linguagem de cada um e estamos deixando uma semente plantada”, argumentou. “Além disso, o nosso carnaval gerou renda nas próprias comunidades”. Vinícius Palmeira.