O ministro da Economia afirmou ainda que o governo debaterá a possibilidade de criar um imposto sobre grandes fortunas, dentro da reforma tributária. Durante audiência na Câmara dos Deputados, o ministro declarou que a equipe econômica também debaterá o tema das renúncias fiscais.
“Além da reforma da Previdência, vamos atacar a reforma tributária, as renúncias fiscais. Vamos ter a chance de discutir um imposto sobre riquezas. Isso é uma questão de tempo”. Paulo Guedes, ministro da Economia.
Na defesa do fim dos privilégios com a reforma da Previdência apresentada pelo governo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o Legislativo tem aposentadorias 20 vezes superior em média à do INSS.
Em audiência na CCJ, o ministro destacou que a aposentadoria média dos parlamentares é de R$ 28 mil, enquanto a dos trabalhadores da iniciativa do INSS que recebem pelo INSS é de R$ 1,4 mil.
O ministro comparou o modelo de Previdência no País à uma bomba de destruição em massa. Para ele, a Previdência do Brasil a um avião que tem um financiamento perverso que tira emprego dos mais jovens.
“Há mais problema a bordo desse avião. O sistema financia a aposentadoria do idosos desempregando trabalhadores. É uma forma perversa de financiar cobrando encargos trabalhistas”. Paulo Guedes.
Números do gasto
O ministro da Economia, Paulo Guedes, em audiência pública na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, afirmou que o país gasta com Previdência dez vezes o que gasta com educação.
Ele destacou que os gastos públicos subiram ao longo dos últimos 40 anos até atingir 45% do PIB e disse que o principal componente para a explosão dos gastos foram as despesas com pessoal.
O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) contestou os números citados pelo ministro e o acusou de mentir. De acordo com ele, o valor de R$ 700 bilhões inclui gastos que não são relativos à Previdência, como saúde e pagamento do Bolsa Família.
Segundo Guedes, caso a reforma da Previdência não seja aprovada, o Brasil passará a ter problemas para pagar salários dos servidores, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás. Nesse momento, houve bate-boca quando um parlamentar disse que a capitalização não deu certo no Chile, e Guedes fez um paralelo com a crise econômica e humanitária na Venezuela.
“Acho que a Venezuela está melhor que o Chile”, rebateu o ministro em tom de provocação. Nesse momento, deputados da oposição começaram a gritar. O ministro disse que não conseguia ouvir vários parlamentares falando ao mesmo tempo. O presidente da CCJ, deputado Felipe Francischini (PSL-PR), interveio e pediu calma e respeito ao ministro.
Ao retomar a palavra, Guedes disse que a confusão começou quando ele respondeu, fora de hora, a um questionamento da deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) sobre como cobrir os custos de transição para o sistema de capitalização.
O ministro explicou que o Chile conseguiu implementar políticas sociais nos últimos 30 anos porque passou a sobrar recursos depois que o país adotou o regime de capitalização, nos anos 1980. Ele lembrou que a renda per capita do país hoje é o dobro da brasileira.
Após uma confusão generalizada, que incluiu deputados homens mandando colegas mulheres “calarem a boca” e outras mulheres saindo em defesa das deputadas atingidas, Guedes tentou acalmar os ânimos e acabou pedindo desculpas.
“Me aconselharam a não reagir, mas tentei ser atencioso. Sou muito respeitoso. Cometi o erro de interagir. Assim que eu interagi, vocês transformaram em outra coisa”, afirmou. “Meu papel é relativamente simples, quem vai julgar são os senhores. Com a maior franqueza, não cabe a mim entrar no debate político. Tenho que dar explicações e não preciso me exaltar, me desculpem.” Paulo Guedes.
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