20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Vídeos

Vídeo: Relatório de abril 2022 denunciou garimpeiros que trocavam sexo por comida com yanomamis

O relatório foi discutido nesta matéria da TV Cultura no mesmo dia, em 11 de abril de 2022

Um relatório da Hutukara Associação Yanomami (Hay), divulgado abril do ano passado, apontava que garimpeiros exigiam ter relações sexuais com mulheres nativas, independentemente de sua idade, como moeda de troca por comida na terra indígena.

Leia mais: Ações e declarações de Bolsonaro contra indígenas fazem dele um genocida

Relatos de pesquisadores e antropólogos, bem como dos próprios indígenas, foram utilizados para a realização do documento. Ainda de acordo com as denúncias, pelo menos três garotas da tribo Yanomami de até 13 anos morreram após serem abusadas sexualmente no ano de 2020.

O relatório foi discutido nesta matéria da TV Cultura no mesmo dia, em 11 de abril de 2022.

Procuradores do Ministério Público Federal (MPF) afirmaram hoje (23) que a situação de saúde dos indígenas yanomami foi causada pela omissão do Estado brasileiro na proteção das terras indígenas. 

A conclusão está em uma nota publica divulgada pela Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais do MPF, que fez um relato histórico do trabalho realizado na Terra Indígena Yanomami, localizada em Roraima.

Leia mais: Ações e declarações de Bolsonaro contra indígenas fazem dele um genocida

De acordo com a nota, apesar dos esforços feitos pelo órgão, as providências tomadas pelo governo foram limitadas.

“No entendimento do Ministério Público Federal a grave situação de saúde e segurança alimentar sofrida pelo povo yanomami, entre outros, resulta da omissão do Estado brasileiro em assegurar a proteção de suas terras. Com efeito, nos últimos anos verificou-se o crescimento alarmante do número de garimpeiros dentro da Terra Indígena Yanomami, estimado em mais de 20 mil pela Hutukara Associação Yanomami”.

Leia mais: Genocídio: MPF diz que situação dos yanomami foi causada por omissão do Estado

A nota cita ainda deficiência na oferta de serviços de saúde, falta de distribuição de remédios e a presença de garimpeiros na região como fatores que contribuíram para a situação.

“O Ministério Público Federal destaca também o firme compromisso da instituição de continuar atuando de forma célere e diligente, em todas as esferas e em cumprimento à sua missão constitucional  para coibir as atividades ilegais de garimpo e outros ilícitos em terras indígenas, para a retirada de invasores nas Terras Indígenas Yanomami e de outros povos, como Munduruku e Kayapó, bem como para o fortalecimento da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai)”.