30 de junho de 2024Informação, independência e credibilidade
Alagoas

Adolescente tem a vida salva no HGE após sofrer queimaduras de segundo grau durante as festas juninas

Acidente aconteceu quando caminhava pela rua e se aproximou de fogueira acesa na rua de sua casa

Adolescente sofreu queimaduras de segundo grau em quase 6% da área total de seu corpo. Foto: Thallysson Alves / Ascom HGE

Se alguém lhe contar que a proximidade de uma fogueira pode ajudar na combustão de fogos de artifício guardados no bolso do short, você acreditaria?

Foi exatamente isso que aconteceu com Myllena Vitória Araújo Gomes, de 13 anos, que sofreu queimaduras durante os festejos juninos e que teve a vida salva após receber cuidados especializados no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió.

Tudo começou quando a adolescente foi comprar coxinhas para a festa junina com sua família e amigos. Levando consigo um saco com diferentes bombas, no percurso o pacote se rompeu e a solução encontrada foi armazenar todos os fogos de artifício no bolso de seu short jeans. Tudo parecia estar tranquilo, até que, ao passar por uma fogueira, acesa na rua de sua casa, um dos estalos bebés acendeu, o que causou um efeito dominó.

“Levei o maior susto! Tentei tirar o short, mas não consegui. Eu estava com uma amiga que ficou apavorada! Tentando acabar com as explosões, busquei abafar dando tapas com as mãos. Não resolvi e ainda estendi as lesões para elas. O terror só acabou quando todas as que estavam no bolso direito explodiram, o que é razão para agradecer, uma vez que as piores estavam no bolso esquerdo e se tivessem sido acesas talvez nem estivesse contando essa história”, relatou Myllena, que sofreu queimaduras de segundo grau na coxa direita e nas mãos.

A tia de Myllena, Emizrahin de Matos Vasco, conta que não estava presente no momento do acidente, mas ficou aterrorizada quando soube. Ela está acompanhando a sua sobrinha durante o internamento no CTQ, revezando com outros entes familiares. Durante o socorro, a reação do pai foi levar imediatamente à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jacintinho, já que a família reside no bairro da Garça Torta, na capital alagoana.

Recomendação

Nesse caso, segundo o cirurgião plástico do HGE, Fernando Gomes, o melhor a se fazer é, antes de buscar o atendimento médico, mergulhar a pele lesionada em água corrente por alguns minutos. Após essa atitude, deve-se procurar a unidade de emergência mais próxima. “Se não houver condições para locomoção, é importante acionar o Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência] para fazer o transporte da vítima de forma adequada. Jamais deve ser posto pó de café, pasta de dente, manteiga ou qualquer medicação sem prescrição médica”, orientou o especialista.

A explosão das bombas guardadas no bolso de Myllena aconteceu devido ao atrito entre os fogos, altamente inflamáveis, com o aumento da temperatura causado pela fogueira. Além disso, o jeans e o aperto do tecido contra o corpo também facilitaram a combustão, que poderia ser mais grave se alcançasse as outras bombas, de proporção maior, que estavam no bolso esquerdo.

“Se essas outras bombas tivessem explodido, os danos poderiam ser maiores, causando, além das queimaduras, fraturas, a amputação do membro e até mesmo o óbito. Portanto, todo cuidado com os fogos de artifício não é exagerado. O melhor é não comprar, mas, se quer manter a tradição, é preciso redobrar a atenção, buscar armazenar em locais seguros, longe do alcance de crianças e de qualquer fator que possa causar a explosão”, destacou Fernando Gomes, ao informar que as queimaduras de segundo grau atingiram quase 6% do corpo de Myllena.

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