29 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Ameaça de paralisação de Servidores da Receita pode chegar aos portos do Brasil

Trabalhadores pretendem realizar atos em frente ao Banco Central a partir de 10 horas e no Bloco P do Ministério da Economia, a partir de 14 horas, em Brasília. N

A insistência do presidente Jair Bolsonaro em beneficiar apenas agendes federais da área de segurança com reajuste salarial pode implicar em uma grande paralisação nacional.

O Palácio do Planalto, inclusive, já se mobiliza amanhã (18) com reuniões para se preparar para as mobilizações dos servidores federais, descontentes com o governo.

A Receita Federal é justamente o órgão em que se dá como certa a greve. O receio do entorno do presidente é que a expansão dos atos para greve e possível contágio em outras carreiras possam impactar ainda mais na rejeição ao presidente, na casa de 60%.

Segundo George Souza, do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita, já se fala inclusive em extensão da mobilização para portos e aeroportos. Nos portos, já é dado como certo, enquanto que até mesmo os próprios servidores não gostariam de ver a mobilização atingir os aeroportos, tanto carga quanto passageiros.

A mobilização com ato em frente ao Ministério da Economia convocada para a terça pelo Fonacate (Fórum Nacional de Carreiras Típicas de Estado), que representa mais de 30 entidades de classe, e os desdobramentos na Receita na semana são vistos como termômetro para o desenrolar da crise.

O presidente do Fonacate, Rudinei Marques, diz que ainda é difícil falar em greve geral, mas caso uma categoria consiga se mobilizar pode contagiar as outras.

Atos

Funcionários públicos federais de mais de 20 categorias devem cruzar os braços na próxima terça-feira (18), em reivindicação à reposição das perdas inflacionárias. O movimento se acalorou após aceno do governo a algumas categorias do funcionalismo público, como a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen).

Os trabalhadores pretendem realizar atos em frente ao Banco Central a partir de 10 horas e no Bloco P do Ministério da Economia, a partir de 14 horas, em Brasília. N

as capitais, os protestos devem ocorrer de acordo com a mobilização local das entidades. Outras manifestações são esperadas para os dias 25 e 26. E, caso suas demandas não sejam atendidas pelo governo federal, os servidores prometem estender a greve por tempo indeterminado.

Entre os servidores que devem parar estão auditores da Receita Federal, funcionários do Banco Central, servidores da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), auditores e técnicos da CGU (Controladoria-Geral da União) e do Tesouro Nacional, servidores da Susep (Superintendência de Seguros Privados), auditores do trabalho, oficiais de inteligência e servidores das agências de regulação.