O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, fará uma visita ao local onde houve o rompimento da barragem de rejeitos em Brumadinho (MG). Ele viajou nesta terça-feira (29) e deve chegar à região nesta quarta, dia 30.
Oobjetivo é articular possíveis ações capazes de minorar os efeitos do acidente. Para ele, depois desse primeiro momento – de salvamento – será a vez de preservar o reservatório de Três Marias, que está localizado no Rio São Francisco. A esperança é que o reservatório de Retiro Alto evite a contaminação do local.
Miranda se baseia em informações oficiais para indicar que a possibilidade de danos ao Rio São Francisco é praticamente inexistente, no aspecto de qualidade da água.

Segundo ele, poderia acontecer um impacto dependo das chuvas. “Porém, a morte do Rio Paraopeba é um acidente de proporções planetárias. Para a maioria dos países do mundo, esse seria um dano inaceitável. No Baixo e no Submédio São Francisco, se houver alteração na qualidade da água será imperceptível”, afirma o presidente do CBHSF.
Na visita que fará a Brumadinho, Anivaldo Miranda irá prestar solidariedade ao Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba e às comunidades. “Mas, sobretudo, vamos buscar medidas para acompanhar a evolução da pluma de rejeitos no leito do Paraopeba”, complementou ele. Entre Brumadinho e o leito do Velho Chico, são cerca de 300 Km e a pluma se desloca lentamente.
De acordo com Miranda, que manteve contato com a Agência Nacional de Águas (ANA), os órgãos responsáveis, como a própria ANA, o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), a CPRM, responsável pelo monitoramento geológico, estão envolvidos para acompanhar a quantidade de sedimentos e como está acontecendo a diluição e como deverá chegar à ultima hidrelétrica antes de Três Marias, que é Retiro Baixo.
De acordo com Miranda, o CBHSF está se mobilizando a partir da Câmara Consultiva Regional (CCR) do Alto São Francisco para reunião no dia 1º. “Iremos explicar às populações e acalmar, na medida do possível”, explica ele. A respeito da qualidade da água em Três Marias, Anivaldo Miranda considera que o problema afetará a qualidade da água do reservatório.
Miranda aproveitou, ainda, para ressaltar a necessidade de manutenção das licenças ambientais e o seu permanente acompanhamento. “Caiu por terra o discurso que tenta apresentar a política ambiental como algo demoníaco e de menos importância. Comprova-se a necessidade dos licenciamentos ambientais e a segurança necessária”, finalizou. (Fonte: ASCOM/CBHFS/Delane Barros)