2 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Assembleia na UFAL avalia paralisação nacional para protestar contra os cortes

Paralisação nacional foi convocada para o próximo dia 15 pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação

Com cortes, UFAL pode ter que fechar as portas

Na Universidade Federal de Alagoas, estudantes, professores e trabalhadores se reunirão, nesta quinta-feira (9), à tarde, em assembleia para avaliar uma paralisação nacional, como forma de protesto contra os cortes no orçamento das unidades públicas feito pelo Governo Federal. A paralisação nacional foi convocada para o próximo dia 15 pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).

“Estamos passando por um momento crítico onde a educação pública do país está correndo risco de parar com esses monstruosos cortes de verbas do governo Bolsonaro. Precisamos unificar nossa luta e resistir a mais esse ataque”. Jailton Lira, presidente da Adufal.

As Universidades Públicas são responsáveis por mais de 90% das pesquisas científicas no Brasil, mas o corte de 30% dos recursos da Universidade ameaça o seu funcionamento e compromete o próprio desenvolvimento social e econômico.

O investimento em educação no Brasil caiu 56% nos últimos quatro anos. Entre 2014 e 2018, diminuiu de R$ 11,3 bilhões para R$ 4,9 bilhões. A projeção da Lei Orçamentária deste ano é que o valor seja ainda menor e fique em R$ 4,2 bilhões, especialmente depois que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou corte em 30% os recursos de todas as universidades federais do país.

Bloqueio na Ufal

A Universidade Federal de Alagoas informa que o Governo Federal efetuou o bloqueio orçamentário de R$ 39,5 milhões dos recursos de custeio e capital.

Foram efetivados bloqueios nas ações orçamentárias de funcionamento da Universidade, capacitação de servidores, recursos consignados ao Hospital veterinário da UFAL e funcionamento da Escola Técnica de Artes. Foram também bloqueadas as emendas parlamentares consignadas à UFAL pela bancada alagoana. Apenas as ações de assistência estudantil não foram afetadas pelo corte.

Esse valor representa 36,6% do orçamento de custeio e capital da UFAL que são os recursos utilizados para pagamento das despesas contratuais, água, energia elétrica, bolsas, aquisições de livros carteiras escolares, equipamentos de laboratório, etc. Foram bloqueados 30% do orçamento de custeio e 80,3% do orçamento de capital.

Se excluirmos da análise as ações de assistência estudantil, cujas despesas são restritas à assistência dos alunos em vulnerabilidade social (custeio dos alimentos do Restaurante Universitário, pagamento de bolsas), o corte representa 46,9% do orçamento da UFAL.