Agir à base do arrepio da lei, por ignorância ou má fé, tem sido uma conduta constante de bolsonaristas que não aceitam ser contrariados em nada.
A verdade, para grande parcela, não existe se não for na ótica deles. É uma espécie de postura medieval que os alimenta de forma egocêntrica.
Nessa visão, por mais aberrações que tenha cometido na gestão – desde o deboche e a insensibilidade na pandemia da Covid-19 até aos ataques a autoridades do Poder Judiciário e por último a decantada tentativa de golpe de Estado, que estimulou abertamente – nada importa para os seus iguais.
Tanto é assim que agora já há uma corrente que defende a anistia a Bolsonaro, tão logo seja ele condenado e declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Há, inclusive, um projeto de lei do deputado federal Sanderson (PL-RS) que propõe o perdão aos crimes políticos cometidos em 2022 por Bolsonaro e parlamentares.
Se aprovado o projeto, essa anistia beneficiará todos os políticos, indistintamente, incluindo o ex-deputado federal paranaense Deltan Dallagnol, que teve o mandato cassado este ano pelo TSE.
Enfim, o projeto institui a regra “o crime compensa”.
Talvez seja essa a falada bala de prata de Bolsonaro.