Os mercados do mundo todo caíram após a China deixar sua moeda se desvalorizar para o nível de 7 yuans por dólar pela primeira vez em mais de uma década, em um sinal de que o país está disposto a desvalorizar ainda mais o câmbio.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em queda de 2,51%, a 100.097,75 pontos. É a maior queda diária em quase três meses, desde 13 de maio (-2,69%) e o menor nível de fechamento em mais de um mês, desde 28 de junho (100.967,20 pontos).
O dólar comercial emendou o sexto avanço seguido e fechou em alta de 1,69%, a R$ 3,957 na venda. É a maior alta diária em mais de quatro meses, desde 27 de março (+2,27%) e o maior valor de fechamento em mais de dois meses, desde 30 de maio (R$ 3,979).
China vs EUA
A decisão de desvalorizar ainda mais o câmbio do yuan é mais um capítulo da guerra comercial entre o país e os Estados Unidos. Desta vez, os temores são de que a disputa desencadeie também uma “guerra cambial”.
A desvalorização da moeda chinesa ocorre dias depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, surpreender os mercados financeiros ao prometer impor tarifas de 10% sobre US$ 300 bilhões restantes das importações chinesas a partir de 1º de setembro.
A desvalorização do yuan e o impacto sobre outras moedas de mercados emergentes também são uma dor de cabeça para o Banco do Japão e Banco Central Europeu, cujas próprias economias enfraquecidas não precisam de um iene ou euro mais fortes.
Bancos centrais de economias emergentes foram pegos no fogo cruzado na segunda-feira com moedas em queda em toda a Ásia. A escalada comercial complica os planos de economias menores de apoiar o crescimento com juros mais baixos.