O presidente Jair Bolsonaro chamou o jornalista William Bonner de “canalha” e “sem vergonha” em conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada na manhã desta quinta.
“Agora estão dizendo que vai faltar seringa para outras doenças. São canalhas. Bonner, você é o maior canalha que existe, William Bonner. São canalhas. O tempo todo mentindo”. Jair Bolsonaro, presidente.
A reação pode ter sido após o presidente ter sido imitado pelo apresentador do Jornal Nacional.
O Bonner imitando o bolso 🗣🗣 pic.twitter.com/FzYWa1cEN3
— alysson villalba (@alysvillalba) January 6, 2021
Bolsonaro disse que vai “ter seringa para todo mundo”, após a reportagem do ‘Jornal Nacional’ informa sobre a dificuldade do governo federal em adquirir itens para a vacinação contra a covid-19.
“Pessoal da imprensa, sem vergonha, William Bonner, sem vergonha, vai ter seringa para todo mundo. William Bonner, por que seu salário foi reduzido? Porque acabou a teta do governo. Vocês têm que criticar mesmo. Quase R$ 3 bilhões por ano para a imprensa e grande parte para vocês, acabou”. Jair Bolsonaro.
Ainda inventou ao dizer que seu governo cortou o valor que seria gasto em gestões anteriores em anúncios publicitários na grande imprensa:
- Em 2017 e 2018, a Globo encontrava-se isolada na liderança do bolo publicitário (R$ 6,9 milhões e 5,93 milhões no total), com Record e SBT se revezando no segundo lugar (pouco mais de R$ 1 milhão e menos de 1,3 milhão cada).
- Em 2019, o padrão mudou. Em primeiro lugar ficou a Record, com R$ 10,3 milhões. Em segundo, veio o SBT, com R$ 7,3 milhões. Em terceiro veio a Globo, com R$ 7,07 milhões.
Ou seja: Bolsonaro mentiu mais uma vez ao dizer que reduziu os gastos. Pelo contrário: não reduziu na Globo e disparou o gasto em emissoras aliadas.
Mandetta e Felipe Neto
Bolsonaro também fez críticas ao youtuber Felipe Neto, que recentemente jogou uma partida de futebol com amigos. O influenciador disse ter errado ao participar do encontro em meio à pandemia do novo coronavírus, assim como fez o presidente na campanha Natal Sem Fome.
Em relação ao ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, Bolsonaro criticou a recomendação no período inicial da pandemia, quando a orientação era não ir a hospitais com sintomas leves.
A justificativa, na época, estava baseada na tentativa de evitar que muitas pessoas procurassem atendimento quando os centros hospitalares ainda se preparavam para a pandemia. E voltou a falar de hidroxicloroquina e a ivermectina, remédios inúteis contra o novo coronavírus.
“Aqui o pessoal fala que não pode, mas vai oferecer o que? Vão dar uma de Mandetta? Quando tiver falta de ar vai para o hospital? Ô Mandetta, fazer o que no hospital se não tem remédios”. Bolsonaro.