26 de junho de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Bolsonaro decide pedir desculpas ao STF: ‘Foi um erro”, disse

Presidente disse que a responsabilidade da publicação é dele e não do filho Carlos

O presidente Jair Bolsonaro decidiu pedir desculpas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmou ter sido um “erro” a publicação do vídeo em que representa um leão e compara o STF , partidos e entidades a hienas que o atacam.

Bolsonaro diz que se retratar por ter chamado ministros e entidades de hienas. “Foi um erro”, disse.

Em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo” nesta terça-feira, Bolsonaro isentou o filho Carlos Bolsonaro do tuíte e disse que publicará “uma matéria” pedindo desculpas.

– Me desculpo publicamente ao STF, a quem por ventura ficou ofendido. Foi uma injustiça, sim, corrigimos e vamos publicar uma matéria que leva para esse lado das desculpas. Erramos e haverá retratação – disse.

– Não se pode culpar o Carlos. A reponsabilidade final é minha. O Carlos foi um dos grandes responsáveis pela minha eleição e é comum qualquer coisa errada em mídias sociais culpá-lo diretamente. A responsabilidade é minha, tem mais gente que tem a senha e não sei por que passou despercebido essa matéria aí”, disse.

Pela manhã, questionado sobre a crítica do ministro Celso de Mello , que chamou a postagem de ‘atrevimento sem limites’ , Bolsonaro abandonou a entrevista que concedia à imprensa brasileira

Depois de se encontrar com com o princípe herdeiro Mohammed bin Salman, Bolsonaro dizia estar otimista quanto às chances de investimento do país estrangeiro quando foi perguntado sobre a nota do decano do STF e decidiu encerrar a entrevista.

O vídeo publicado nas suas redes sociais, na tarde desta segunda-feira, mostra um leão, representando Bolsonaro, cercado por hienas. Os animais são identificados como diversas entidades e movimentos, entre eles o STF, a Organização das Nações Unidas (ONU) e o PSL, seu partido. Logo após a publicação, cerca de duas horas depois, o vídeo foi apagado da conta do presidente.

Em nota, Celso de Mello disse que a comparação foi feita “de modo absurdo e grosseiro, por falsamente identificar a Suprema Corte como um de seus opositores”.

Para o ministro, o vídeo é uma “expressão odiosa (e profundamente lamentável) de quem desconhece o dogma da separação de poderes” e de quem “teme um Poder Judiciário independente e consciente de que ninguém, nem mesmo o Presidente da República, está acima da autoridade da Constituição e das leis da República”.

Mais tarde, ele deixou o hotel onde está hospedado, em Riad, sem falar com a imprensa. Ele estava acompanhado do ministro da Industria e Comércio da Arábia Saudita.