O ex-presidente Jair Bolsonaro depõe, hoje, na Polícia Federal, sobre a fraude no esquema de inserção de dados falsos no cartão de vacinação contra a covid-19 no sistema do Ministério da Saúde.
O retorno à PF se dá apenas 24 horas depois que sua defesa reconheceu que ele abriu uma conta no exterior, em dezembro de 2022, para onde transferiu cerca de R$ 600 mil. O depoimento vai acontecer quase duas semanas após ele ter sido alvo de busca e apreensão da Operação Venire,
Bolsonaro terá que se explicar por que se ajudante de ordens tenente-coronel do Exército Mauro Cid se esmerou para fraudar o cartão de vacina do chefe, às vésperas de uma viagem para os Estados Unidos. Cid está preso pela Operação Venire, justamente por ter ter feito a ponte entre os fraudadores para a inserção dos dados falsos sobre a vacinação.
Bolsonaro terá que dizer ainda na PF como permaneceu nos Estados Unidos sem estar imunizado contra a covid-19 — o que o governo norte-americano não permite. Os investigadores também vão questioná-lo sobre a aplicação de sua filha, Laura, de 11 anos, que aparece nos registros Sistema Único de Saúde (SUS).
Bolsonaro nega ter se vacinado. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro assegurou, também, que Laura não recebeu as doses contra a covid-19. No entanto, segundo a PF, no aplicativo ConecteSUS constam quatro comprovantes de vacinação: 1º) em 22 de dezembro de 2022, emitido às 8h; 2º) em 27 de dezembro de 2022, registrado às 14h19; 3º) de 30 de dezembro de 2022, às 12h02; e 4º) de 14 de março de 2023, às 8h15.