22 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Bolsonaro deve sair do PSL e cúpula do partido já se planeja sem o presidente

Ataque feito por Jair Bolsonaro a seu próprio partido tem ainda a disputa do fundo partidário de R$ 359 milhões

Jair Bolsonaro e o presidente do PSL, Luciano Bivar, em momentos mais felizes

Segundo a revista Veja, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) já bateu se decidiu e vai deixar o PSL. Sua insatisfação com a legenda se tornou pública nesta semana, quando pediu para um apoiador ‘esquecer o PSL’ e que não quer ser associado com Luciano Bivar, presidente do partido.

Aliados estão cientes da decisão e a cúpula do partido já se movimenta. A direção da sigla traça, há semanas, cenários para sobreviver sem o presidente entre seus quadros. E quer sair mais forte de toda essa situação e não estão descartadas a união com outras agremiações.

Alvo de ataques recentes de Jair Bolsonaro (PSL), o fundador e presidente do PSL, Luciano Bivar, afirmou que a intenção do capitão reformado é “descartar” o partido para tentar se reeleger em 2022. Tudo após as críticas ao possível uso de caixa 2 em sua campanha (leia mais aqui).

“No mundo político não dá para entender tudo. (…) Bolsonaro é muito intuitivo. No momento que ele tem o sentimento de que é hora de descartar o PSL para ser reeleito, então é uma estratégia”. Luciano Bivar, presidente do PSL.

O deputado negou ainda preocupação com uma possível debandada do partido.

“Eu não sei se é um tiro fatal [ao PSL] a saída de Bolsonaro. (…) O que menos importa pra mim é o fundo partidário, é uma gama imensa de candidatos que não veneram os mesmos princípios. O PSL vive há 20 anos”. Luciano Bivar.

Mas e o dinheiro?

O ataque feito por Jair Bolsonaro a seu próprio partido tem ainda a disputa do fundo partidário de R$ 359 milhões. Quem acompanha o racha diz que há uma junta de advogados trabalhando num plano para não deixar desprotegido parlamentares que queiram abandonar o partido junto com o presidente. Mas o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (PSL-GO), diz que os colegas correm risco.

“Não tem janela partidária, novas eleições vão vir. Vão disputar sem dinheiro? Vão deixar o partido que tem o maior fundo eleitoral? Bolsonaro pode não precisar, mas e eles? Esse negócio de ideologia não vai durar quatro anos”. Delegado Waldir (PSL-GO), líder do PSL na Câmara.