25 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Bolsonaro faz live com Pazuello para dar o recado: “um manda, outro obedece”

Ministro da Saúde, infectado com covid-19, estava dormindo quando teve que receber o presidente em sua casa

Na noite desta quinta, o presidente Jair Bolsonaro resolveu fazer uma live na casa de Pazuello, ministro da Saúde. O general estava em casa, dormindo, se recuperando da covid-19, quando foi pego por Bolsonaro e sua equipe, para a transmissão.

Tudo para mostrar um tom de normalidade, apesar do claro recado de que manda quem pode, obedece quem tem juízo e toda uma crise criada, como sempre, pelo próprio presidente.

Depois de Pazuello comentar que estava tomando o coquetel bolsonarista contra a Covid –hidroxicloroquina, azitromicina e, agora, o vermífugo nitazoxanida, nenhum deles com eficácia comprovada contra a doença– e que e se sentia bem, Bolsonaro perguntou se ele voltaria ao trabalho na semana que vem.

“Falaram até que a gente estava brigado. No meio militar, é comum acontecer isso aqui, não teve problema nenhum”, disse Bolsonaro, ao que Pazuello respondeu: “É simples assim, um manda e outro obedece. Mas a gente tem carinho, dá para desenrolar.”

“Opa, está pintando um clima aqui”. Jair Bolsonaro, presidente.

Coronavac

O presidente Jair Bolsonaro publicamente desautorizou o ministro da Saúde, o general Pazuello, afirmando que não vai comprar doses da vacina produzida no Butantan, curral eleitoral de João Doria, seu inimigo político.

Mesmo a coronavac tendo os melhores desempenhos de testes, Bolsonaro ignora todos os resultados e insiste que mesmo a Anvisa regulamentando a vacina, de origem chinesa, ele não vai comprar. Mesmo que isso possa levar anos.

Na terça-feira (20), em reunião com governadores, Pazuello anunciou o acordo para a compra e que iria incorporar a vacina ao Programa Nacional de Imunização. “A vacina do Butantan será vacina do Brasil”, disse Pazuello no encontro.

Butantan já é o grande fabricante de vacinas para o Ministério da Saúde, produzindo 75% das vacinas comprada. O ministro disse também que as vacinas seriam fabricadas até início de janeiro e deveriam ser aplicadas no mesmo mês.

Vale lembrar, Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) são desafetos políticos. E como Bolsonaro e seu entorno travam uma guerra ideológica com a China, adversária dos Estados Unidos, país com o qual o Brasil é alinhado, o presidente do Brasil não se importa em sacrificar mais algumas vidas e prolongar os efeitos da pandemia.