Um atrito entre entidades que representam professores de universidades federais pode colocar fim já na próxima segunda-feira (27) às negociações salariais com o governo Lula (PT), motivo de greve há quase dois meses.
A Proifes (Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico) afirma que tende a assinar um acordo oferecido pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.
O Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), porém, rechaça a possibilidade e tenta deslegitimar a autoridade da Proifes para fechar um acordo.
O Ministério da Gestão disse ter apresentado no último dia 15 sua proposta final aos docentes. Ela prevê reajuste de 9% nos salários para 2025 e 5% para 2026. Um encontro foi convocado para segunda-feira, às 14h, somente para “assinatura do acordo”, segundo a pasta de Esther Dweck.
Os servidores pediam reajuste de 7,06% já em 2024, de 9% em janeiro de 2025, e de 5,16% para 2026.
O ultimato do governo foi tratado como antidemocrático pelo Andes. A Proifes, contudo, sinalizou boa vontade para assinar o acordo e encerrar as negociações. Isso culminou em ataques mútuos.
“Repudiamos qualquer tentativa da Proifes ou qualquer outra organização que não seja o Andes e o Sinasefe [Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica] de falar em nome dos milhares de docentes federais”, afirmou o Andes.
A entidade entrou com uma ação para a Proifes ficar impedida de atuar como representante dos grevistas e a acusou de ser servil aos interesses federais.
“Em todas as categorias há disputa por protagonismo sindical. A atitude do Andes, de querer nos excluir do debate, abre um precedente muito perigoso”, disse à reportagem o presidente da Proifes, Wellington Duarte. “Eles possuem um conceito deturpado de democracia.”
(ICLnotícias)