28 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Brumadinho: Oito funcionários da Vale são presos

Todos são diretamente envolvidos na segurança e estabilidade da barragem da empresa, que se rompeu em Minas Gerais

A Polícia Civil de Minas Gerais predeu, na manhã desta sexta (15) oito funcionários da Vale, em uma operação que investiga o rompimento da barragem de Brumadinho (MG). O pedido das prisões foi feito pelo MP-MG (Ministério Público de Minas Gerais)..

Todos são diretamente envolvidos na segurança e estabilidade da barragem da empresa, que se rompeu em 25 de janeiro. Até o momento, a tragédia deixou 166 mortos e 147 desaparecidos.

Os funcionários ficarão presos temporariamente por 30 dias, de acordo com a decisão do juiz Rodrigo Heleno Chaves, da 2ª Vara da Comarca de Brumadinho. As prisões foram determinadas por haver “razões de autoria ou participação dos investigados na prática de centenas de crimes de homicídio qualificado, considerados hediondo”.

Eles também poderão ser responsabilizados por crimes ambientais e de falsidade ideológica. Todos os presos serão ouvidos pelo MP-MG.Entre os presos, há quatro gerentes e quatro integrantes de equipes técnicas. A sede da Vale, no Rio de Janeiro, também foi alvo de busca e apreensão.

Além dos mandados de prisão, a Justiça autorizou o cumprimento de mandados de busca de apreensão contra integrantes da empresa alemã Tüv Süd, que certificou a segurança da barragem para a Vale. Entre eles, estão um diretor, um gerente e dois membros da área técnica da Tüv Süd.

Presidente da Vale, Fábio Schvartsman.

Vale

O presidente da Vale, Fabio Schvartsman, afirmou nesta quinta-feira (14) que a mineradora é uma “joia” e “não pode ser condenada por um acidente, por maior que tenha sido a tragédia”.

O executivo prestou depoimento na comissão externa da Câmara dos Deputados, em Brasília. Schvartsman afirmou ainda que a barragem de Brumadinho (MG), que rompeu no dia 25 de janeiro, não apresentava risco iminente.

Os deputados ficaram revoltados com a afirmação. Além de minimizar os números da tragédia, muitos não consideraram o ocorrido como um acidente, mas sim um crime, diante de tantas negligência nos quesitos de segurança.