19 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Carlos Bolsonaro nega robôs, mas admite usar perfis do presidente

Filho do presidente prestou depoimento na Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro

O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) prestou depoimento à Polícia Federal no inquérito que investiga atos antidemocráticos. E disse não ser “covarde ou canalha a ponto de utilizar robôs e omitir essa informação”.

O 02 do presidente admitiu, no entanto, que controla a contas pessoais do pai, o presidente Jair Bolsonaro, nas redes sociais. Entretanto, nega participação na política de comunicação do governo federal.

Segundo o depoimento, ele tem relação apenas com divulgação dos trabalhos desenvolvidos pelo governo federal nas contas pessoais do declarante e do seu pai.

Questionado pelos policiais, Carlos negou ter produzido ou repassado mensagem ou material como memes, fotografias e vídeos com conteúdo :

  • que tratasse de processos violentos ou ilegais para alteração da ordem política ou social;
  • que incitasse a animosidade das Forças Armadas contra o Supremo e seus ministros;
  • que incitasse a animosidade das Forças Armadas contra o Congresso Nacional ou seus parlamentares, ou;
  • que tratasse de processos violentos ou ilegais para alteração da ordem política ou social.

Gabinete do ódio

O vereador admitiu relações com um dos integrantes do “gabinete do ódio” que tem um bunker ideológicoinstalado numa sala no terceiro andar do Palácio do Planalto. Mas apenas para pedir informações.

Ele diz usar as informações para “divulgação nas suas redes sociais, uma vez que as redes sociais do declarante tem alcance maior do que de muitos órgãos do governo federal”.

E negou de forma enfática a utilização de robôs para impulsionamento de informações em redes sociais envolvendo memes ou trabalhos desenvolvidos pelo governo federal: “Jamais fui covarde ou canalha a ponto de utilizar robôs e omitir essa informação”, disse ele.

O inquérito em questão foi aberto em 21 de abril pelo ministro Alexandre de Moraes e mira integrantes da militância bolsonarista que participaram de manifestações com pautas favoráveis ao AI-5 e ao fechamento do Congresso e do STF.

Moraes já determinou mandados de busca e apreensão, quebra do sigilo bancário e outras diligências contra dez deputados federais, um senador e diversos outros apoiadores do chefe do Executivo.