Sabe aquela história das pedaladas fiscais que eram proibidas para o Presidente da República e por isso houve o impeachment de Dilma Roussef? Pois elas agora não são mais problemas.
A Câmara dos Deputados aprovou o orçamento da União para 2021, após os erros grosseiros cometidos pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes, hoje já apontado pelos próprios parlamentares como o maior engodo que já se viu no comando da politica econômica nacional.
Graças as trapalhadas dele e sua equipe, os deputados do Centrão, liderados pelo alagoano Arthur Lira (PP), simplesmente criaram um orçamento paralelo que lhes garante gastar cerca de R$ 125 bilhões, totalmente fora das regras fiscais que antes existiam.
Guedes, sedento pelo poder, calou-se, quando antes reclamava que o Orçamento era “inexequível”. Enfim, apequenou-se diante de um Centrão ávido para gastar.
Aquela história do liberalismo econômico, nova política, etc., ficou para trás. Os deputados disseram-lhe em alto e bom som: -Lá você diga o que quiser, mas aqui quem manda somos nós.
Simples assim. Guedes, então, engoliu o discurso arrogante e se entregou à farra com dinheiro da coroa, que, aliás, elevará o déficit público este ano em mais de R$ 247,1 bilhões, segundo dados do próprio governo.
Se antes havia alguma preocupação com a gestão fiscal do País, agora tudo é passado. O futuro é mais despesas, inclusive com a preservação de R$ 45 bilhões das emendas parlamentares.
O Centrão não é bobo. Emparedou tudo e hoje nada de braçadas em meio a falácia governista, enquanto o “posto Ipiranga” fica “tchutchuquinha”. Na moita.
Em suma, o Guedes durão, falastrão, defensor de um Estado mínimo, crítico de acordos políticos, sucumbiu.
O que será amanhã? Só Deus sabe.
Oxalá, não seja como no Chile, modelo adorado pelo ministro embusteiro, que levou o presidente Sebastián Piñera, de centro-direita, a pedir perdão pela “falta de visão” sobre a economia do seu País.
Cá, a falta de visão sobre as demandas urgentes da população também é uma realidade incômoda. Tanto que o País entrou janeiro deste ano com quase 27 milhões de brasileiros em situação de miséria, segundo dados da FGV Social.
Enfim, o cenário é mais que sombrio. É verdadeiramente assombroso, graças a incompetência, o desrespeito e a fanfarronice de um “governo” atabalhoado.
Essa realidade, infelizmente, não navega nas bolhas tresloucadas das redes sociais.