29 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
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Cirominions, o voto impresso e a falta de apreço pela democracia

A esquerda tem um Bolsonaro para chamar de seu e ele atende pela alcunha de Ciro Gomes. Aliás, não me surpreenderia se o PDT o indicasse como candidato a vice na chapa do postulante à reeleição e o emplacasse.

Digo isso porque Ciro endossou a fala do presidente do partido, Carlos Lupi, a uma das bandeiras bolsonaristas: o voto impresso.

Dessa forma, eles põem em dúvida o sistema eleitoral brasileiro, cuja segurança é comprovada e, ao contrário do que pregam os bolso e cirominions, as urnas eletrônicas são, perfeitamente, auditáveis.

Dispensa falar que o voto impresso seria um retrocesso sem tamanho, pois, fortalece o voto de cabresto, ao passar para o eleitor a sensação de que seu voto pode ser visto pelo coronel comprador de sufrágios ou pelo miliciano armado. Ou seja, o cidadão vai ter que “prestar contas” de seu voto a esses animais.

Mesmo que o acesso ao voto seja restrito, que garantia o eleitor terá disso? Fora que a ideia de Bolsonaro é gerar uma insegurança jurídica após a derrota ano que vem. Isso porque, certamente, vão surgir pessoas nos quatro cantos do país afirmando que votaram em um candidato e o voto foi impresso com a carinha de outro.

Foi o que Trump tentou fazer nos Estados Unidos. Lá, onde o voto é manual, acusou o sistema eleitoral de fraude. Derrotado, incentivou a invasão ao capitólio. Felizmente, foi derrotado. Há quem preveja uma eleição tumultuada no Brasil, a la Trump.

Da mesma forma, com o voto impresso, a eleição de 2022 no Brasil seria levada aos tribunais, ameaçando a democracia, gerando um ambiente de insegurança, que é ruim para todos, menos para Bolsonaro e Ciro, que se associa a ele nesta loucura. Seria a eleição do “tapetão”.

É isso que Bolsonaro quer, diante da derrota imininente. E o que Ciro Gomes e o PDT endossam sem a cara arder. E não, Ciro Gomes, defender o voto impresso não é ser contra Bolsonaro. É dar o que ele quer.