18 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
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Com a vida não se joga: o respeito às leis nos protege da barbárie

O jogador Daniel Correa fez uma brincadeira de macho escroto ao tirar foto com uma mulher dormindo e compartilhá-la numa rede de troca de mensagens, com amigos, como troféu de uma “caça” bem sucedida. Pego no pulo, poderia ser multado, pegar uma pena de prisão leve ou, quem sabe, prestar serviços comunitários.

Mas, não foi o que aconteceu. Todos os indícios levam a crer que ele foi brutalmente espancado, teve os genitais mutilados, quase foi degolado e seu corpo jogado em um matagal. Perdeu a vida e a dignidade.

O “castigo” foi desproporcional, não? Claro que sim! E aí, vou aonde quero chegar: não se deve deixar cada um fazer justiça como bem entende, senão, a barbárie está instalada. As leis existem e deve ser respeitadas.

É aí que entram os impopulares direitos humanos, que visam, entre outros princípios, assegurar que a lei seja válida para todos, sem exceções. Pois, no que diz respeito à violação dos direitos da pessoa humana, abrir qualquer precedente é perigoso.

Mais triste ainda é ver gente que tem seus direitos desrespeitados todos os dias serem as primeiras a escracharem os tais direitos humanos, seja por ignorância ou por manipulação.

O deputado Paulão vem sentindo na pele as consequências de apoiar a aplicação dos DHs. Está sendo acusado de defender os assaltantes de bancos. Claro que não é isso! Há leis e elas dizem que no Brasil não há pena de morte.

Digo isso, claro, se não houve reação – e sim execução – no caso dos mortos em Santana do Ipanema. É preciso esclarecer, sim, os fatos. Caso comprovado que os bandidos atiraram na polícia, pior para eles e ponto. Mas, se houve aplicação da pena de morte, algo está errado, pois a lei foi desrespeitada e isso abre precedente para outras ações mortais, inclusive, contra inocentes.

Teve até deputado defendendo que Paulão levasse uma pisa. Tudo bem, desde que a mesma medida fosse usada para punir os acusados de matar o bancário Dimas Holanda, por exemplo.

Ironia, meus caros. Vida que segue.