7 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Com Wizard nos EUA, CPI da Pandemia espera ouvir hoje auditor do falso relatório do TCU

Alexandre Figueiredo tem proximidade com a família Bolsonaro e inventou um relatório, alardeado pelo presidente, que diminui as mortes por Covid-19

O empresário Carlos Wizard, um dos proeminentes envolvidos no gabinete paralelo, foi convocado para depor hoje na CPI da Covid, mas ele não deve comparecer ao Senado e nem falar aos parlamentares virtualmente.

Nos Estados Unidos, o empresário havia pedido audiênciapor videoconferência, prontamente negada pela Comissão Parlamentar de Inquérito, que também aprovou a quebra dos sigilos telefônico, fiscal e bancário do empresário. Além disso, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou existir a possibilidade de ser pedida a condução coercitiva de Wizard.

Entretanto, na noite de ontem, o ministro Luís Roberto Barroso, do STF concedeu a Wizard o direito de ficar em silêncio e não produzir provas contra si no depoimento. Com isso, a CPI não pode adotar medidas restritivas de direitos ou privativas de liberdade contra Wizard.

Wizard é apontado como membro do chamado “gabinete paralelo”, que teria aconselhado o governo, à margem do Ministério da Saúde, em defesa do uso de remédios sem eficácia comprovada contra a covid-19 e de teorias como a da imunidade de rebanho.

TCU

Sem sua presença hoje, a CPI deve receber o auditor do TCU (Tribunal de Contas da União) Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, que segundo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), confirmou sua ida à comissão. Ontem o ministro do STF Gilmar Mendes concedeu ao auditor o direito de ficar em silêncio durante depoimento.

Alexandre Marques é apontado como o responsável pela elaboração de um relatório paralelo no qual afirma que, “teoricamente”, pelo menos 55 mil mortes atribuídas ao coronavírus foram causadas por outras doenças em 2020.

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O auditor tem proximidade com a família do presidente Jair Bolsonaro, especialmente com os três filhos mais velhos: o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). O pai do auditor também é amigo de Bolsonaro.