Depois de um mês da instalação da CPI da Covid, senadores da base e da ala independente conseguem direcionar os trabalhos, também, para estados e municípios. O principal foco da reunião deliberativa de hoje do colegiado é votar o convite a 10 governadores e 12 prefeitos para prestar esclarecimentos sobre a aplicação de verbas liberadas pela União para o enfrentamento da pandemia.
O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), destacou outros pedidos protocolados na comissão. “Temos muitos requerimentos convidando, convocando especialistas pró e contra a cloroquina. Vamos passar três anos e não vamos ouvir todos. Precisamos fluir. (…). Mas vamos ouvir muitos cientistas, convocar o segundo escalão da saúde todo.” Outro assunto que pode ser votado é a reconvocação do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e do atual ocupante da pasta, Marcelo Queiroga. Devem ficar fora, porém, pedidos para quebra de sigilos telefônicos e outros meios de comunicação.
Um dos principais defensores do governo da CPI, o líder do DEM no Senado, Marcos Rogério (RO), por exemplo, queixou-se que a decisão de chamar governadores e prefeitos teria acontecido em uma “reunião secreta” da oposição com a cúpula do colegiado, que ele chamou de “gabinete paralelo”.
O senador Otto Alencar (PSD-BA), porém, respondeu que os governistas não participam dos encontros por iniciativa própria. Ele também destacou que serão chamados apenas gestores estaduais e municipais citados em apurações da Polícia Federal. A exceção é o Distrito Federal: Ibaneis Rocha está na lista de convidados, mas a gestão dele na área da Saúde é investigada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).