Em seu segundo depoimento à CPI da Covid no Senado, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, mudou seu posicionamento em relação à hidroxicloroquina e afirmou nesta terça-feira (8) que o medicamento não tem eficácia científica comprovada para o tratamento da Covid-19, em um contraponto às ações do presidente Jair Bolsonaro desde o início da pandemia.
Foco da comissão, o governo Bolsonaro gastou recursos públicos e mobilizou a estrutura do Estado para incentivar o uso de medicamentos sem eficácia científica comprovada contra o coronavírus.
São remédios listados em nota informativa do Ministério da Saúde para o chamado tratamento precoce. Tamiflu (fosfato de oseltamivir), cloroquina, hidroxicloroquina e azitromicina compõem o “kit Covid”.
Nesta terça, Queiroga também se absteve mais uma vez de comentar à CPI as ações do presidente, ao não usar máscaras e promover aglomerações, mas externou sua insatisfação com essa postura em alguns momentos. Afirmou que não “é censor” do chefe do Executivo e que as “imagens falam por si”.
Copa América
Marcelo Queiroga, afirmou na CPI da Pandemia nesta terça-feira (8) que a Copa América não representa riscos adicionais à população e que, do ponto de vista epidemiológico, não há justificativa para o torneio não se realizado no Brasil, posicionamento que recebeu críticas de senadores. A competição começa neste domingo (13).
“Eu não vejo do ponto de vista epidemiológico uma justificativa que fundamente a não ocorrência do evento”. Marcelo Queiroga.
Queiroga reforçou que não cabe ao ministério decidir sobre a realização do evento, que é privado, e afirmou que os protocolos apresentados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) são seguros.