17 de junho de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Créditos de carbono: Comércio prevê novo aumento da gasolina e do diesel

A compra de crédito de carbono é obrigatória e surgiu para compensar a emissão de poluentes dos combustíveis fósseis

Distribuidoras já fazem as contas em função da compra dos créditos de carbono

O comércio dos combustíveis prevê novo aumento do diesel e da gasolina, em função da cotação dos créditos de carbono, conhecidos como Cbios, que disparou nas últimas semanas, jogando mais pressão sobre os preços dos combustíveis no país.

A compra dos títulos de carbono é obrigatória e  tem impacto forte nos custos das distribuidoras dos produtos, considerando que a proteção do meio ambiente nesse mercado é sempre questionada.

Na segunda-feira (7), o preço médio do Cbio chegou a R$ 78,79, no sétimo pregão com cotação acima dos R$ 70. O valor representa uma alta de 34% em relação ao último pregão de 2021 e equivale a quase o dobro da média daquele ano, de R$ 39.

A alta preocupa o setor de combustíveis, principalmente por ocorrer em um período atípico, de poucas negociações. Geralmente, os preços tendem a subir no fim do ano, quando as distribuidoras correm ao mercado para comprar os títulos que faltam para cumprir suas cotas anuais.

O programa prevê que distribuidoras de combustíveis comprem certificados para compensar a emissão de poluentes no consumo dos produtos. O objetivo é transferir recursos da venda de combustíveis fósseis para a produção de energia renovável, barateando seu custo e incentivando o consumo.

Os Cbios começaram a ser negociados em 2020, em um momento conturbado após o início da pandemia e em meio a um embate entre o setor de combustíveis e os produtores de etanol e biodiesel, que são os vendedores dos títulos. Com a queda no consumo, o governo chegou a reduzir as metas logo no primeiro ano do programa.

Cada Cbio equivale à emissão de uma tonelada de carbono na atmosfera. As metas de cada distribuidora são calculadas de acordo com o volume de combustíveis fósseis que cada uma põe no mercado. Em 2022, elas terão que comprar cerca de 36 milhões de títulos.