19 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
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Descarada babação de Collor em Bolsonaro não é de graça

Senador não pensa apenas nos fanáticos bolsonaristas para reelegê-lo. Há outra conta.

Bolsonaro e Collor em um namoro com direito a dote do contribuinte

Quem assistiu a babação descarada e oportunista do senador Fernando Collor de Mello em Jair Messias Bolsonaro, nesta quinta-feira, 28, na cidade Propriá (SE), teve mais uma certeza de que político para se eleger faz qualquer negócio.

Collor é mestre nisso. Em franca campanha para voltar ao Senado em 2022, ele passou a assediar Bolonaro recentemente.

E óbvio eles aliam interesses comuns nessa jornada onde a ética, o pudor e a dignidade nada valem. Vão diretamente para a lata do lixo.

O senador fez um pronunciamento, praticamente,  colocando o senhor Messias em um pedestal. Para ele, o melhor presidente da República do mundo.

Esqueceu, inclusive, que em 1991, Bolsonaro em pronunciamento na Câmara disse textualmente que Collor, então presidente da República, era “um grande mentiroso, sem moral, que não é digno de confiança“.

Está nos anais da Câmara. E foi fartamente noticiado na época.

E em maio de 2020, Collor na Rádio Guaíba declarou que Bolsonaro não terminaria o mandato, em uma alusão ao impeachment.

Já em 3 de julho de 2020, o senador mais uma vez disse na mídia que Bolsonaro “age como se estivesse comandando uma seita em que todos devem obedecer”.

E por que será que agora o coco mudou, ao ponto de Collor declarar seu amor a Bolsonaro? Seriam apenas os olhos voltados para a reeleição no próximo ano?

Claro que não.

Há uma fatura aí a ser liquidada que define a história.

As empresas da Organização Arnon de Mello (OAM), propriedade do senador, têm uma dívida na ordem de R$ 300 milhões referentes a débitos previdenciários e não previdenciários inscritos na dívida ativa da União.

Além disso, em 2019, a OAM declarou à justiça uma dívida de R$ 217 milhões, sendo que R$ 191 milhões correspondem a débitos com fornecedores sem garantias; R$ 24,5 milhões são débitos trabalhistas e R$ 1,4 milhão referente a débitos com pequenas empresas.

Os trabalhadores de Collor desligados das empresas nunca receberam as indenizações prometidas.

Portanto, o senador precisa demais do mandato, para continuar suas peripécias políticas. Mas, além disso, precisa também do perdão do governo para os débitos previdenciários e de Receita Federal de massa falida.

Afinal, pastores evangélicos, como Edir Macedo, Silas Malafaia, RR Soares e Valdemiro Santiago foram contemplados com o perdão de R$ 1 bilhão de dívidas de suas igrejas.

Eles podem estar felizes nesse “namoro”, mas o dote quem paga é o povo brasileiro.

 

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