24 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Economia

Desmatamento é burrice para a agricultara, que leva prejuízo anual de US$ 1 bilhão

Segundo informe anual da FAO, desmatamento no Brasil terá um impacto negativo para os lucros dos agricultores no país nos próximos anos

Segundo informe anual da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), o desmatamento na Amazônia irá gerar um prejuízo de mais de US$ 1 bilhão por ano para a agricultura brasileira pelos próximos 30 anos.

Destacando o desmatamento “significativo” no Brasil, o alerta chega enquanto governos e entidades buscam formas de que compromissos para a manutenção das florestas sejam implementados.

Mas já dá pra concluir que isso vai de encontro às teses do governo de Jair Bolsonaro, que tem insistido sobre a necessidade de transformar áreas de proteção em locais de exploração econômica.

Durante a Conferência do Clima da ONU, em Glasgow no final de 2021, o ministro do Meio Ambiente do Brasil, Joaquim Leite, chegou a dizer que onde há muita floresta há muita pobreza.

Números no Brasil

Segundo a FAO, o Canadá e a Rússia relataram um nível muito baixo de desmatamento entre 1990 e 2020. “Apesar de uma redução geral do desmatamento, no entanto, o Brasil tem experimentado perdas florestais substanciais desde 1990, inclusive de florestas primárias”.

Em seu informe, a FAO aponta como diferentes estudos revelam que o desmatamento no Brasil terá um impacto negativo para os lucros dos agricultores no país nos próximos anos, enquanto a preservação poderá permitir a geração de renda.

“As quedas de chuvas ligadas ao desmatamento no sul da Amazônia brasileira poderiam causar perdas agrícolas – por exemplo, quedas na produção de soja e pecuária – avaliadas em mais de US$ 1 bilhão por ano entre agora e 2050”.

A entidade também insiste que preservar a floresta faz sentido econômico ao país e que, segundo estudos, a preservação de um hectare garantiria uma renda de 800 dólares por por ano na Amazônia brasileira.

“O custo de oportunidade da conservação das florestas sobre a receita agrícola obtida das terras desmatadas é um fator chave para avaliar o potencial de instrumentos projetados para agregar valor às florestas”.

Usando dados de censo e desmatamento para municípios da Amazônia Legal brasileira, um estudo de 2018 realizado por Figueiredo Silva e outros pesquisadores estimaram o preço da redução do desmatamento em termos de renda agrícola perdida em menos US$ 797 em PIB agrícola anual por hectare de floresta conservada.