Enquanto a elite passa estilosa pelas ruas e calçadas da Ponta Verde, em Maceió, o contraste do flagelo segue ignorado aos olhos nus da “brasilidade” atual.
As cenas degradantes são vistas também no País inteiro, que acolheu o discurso aberrante das desigualdades, onde os desassistidos, entregues à própria sorte e ao descaso, com o fim das políticas públicas, são vistos também em cada ponto de lixo disputando restos de comida.
A fome lacra e cancela essa gente triste de uma realidade bem brasileira dos dias atuais.
Mais lamentável é que a situação tende a piorar com o crescente número da miséria, com a alta dos preços na inflação galopante a corroer os salários do trabalhador das classes menos abastadas.
E só piora mesmo quando pesquisas revelam que há 20 milhões de brasileiros passando fome. Quando o IBGE contabiliza 10,7 milhões de pessoas em estado de insegurança alimentar grave.
Esses são, portanto, os esfarrapados. A parte sem lenço, nem documento e muito menos camisa da seleção brasileira para vestir. Eles são os que disputam as sobras dos ossos já descartados.
Trata-se de uma gente completamente invisível aos olhos da burguesia, que se esmera na produção de fotos da felicidade em perfis do Instagram.
São invisíveis também aos olhos dos agentes públicos e de uma classe política, em grande parte, voltada muito mais para o próprio umbigo.
Mas eles estão aí se espalhando pelas calçadas em um leque crescente. Já os “estilosos” estão mesmo interessados em saber do fuso horário em Dubai.
Naturalmente, com o aroma “la vie en rose”…