É só apertar que sai e daqui a pouco ele admite: quando questionado nesta terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro até negou a existência de um “gabinete paralelo”, mas emendou dizendo que, se existisse, não seria um problema.
“Foi feita uma live e ficou na minha página. Daí a CPI pega isso, diz que era um gabinete paralelo. E se fosse? Qual o problema? Eu tenho que ouvir pessoas para tomar providências. Não posso tomar providências sem ouvir pessoas. E era uma coisa inédita, ninguém sabia no mundo todo. E nós sempre defendemos o tratamento precoce depois de ouvir muitos profissionais de saúde como esses, que eram os Médicos Pela Vida”. Jair Bolsonaro, presidente.
O gabinete paralelo, claro, seria quem de verdade estava na tomada de decisões e ações nesta pandemia, não o Ministério da Saúde. Investigações da CPI da Covid no Senado já estão direcionadas aos 14 integrantes do grupo de assessoramento ao presidente para temas ligados à pandemia – com defesa de teses negacionistas.
Além de não ver problemas na existência do gabinete paralelo, Bolsonaro fez críticas ao presidente e ao relator da CPI, respectivamente os senadores Omar Aziz (PSD-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL), e disse que a comissão “não sabe o que fazer” e transformou-se na “CPI da cloroquina” e “agora virou a CPI do oxigênio lá em Manaus”.