8 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
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Eleições 2018: quem são os candidatos e as candidatas que conseguiram entrar na disputa?

Tiveram acesso à saúde, educação, cultura, esporte, lazer, transporte, moradia e alimentação na infância e juventude?

Movimentação intensa nos quatro cantos do país.  A fila de veteranos e estreantes a mandatos no Congresso Nacional e nas Assembleias Legislativas, com Bolsa Paletó (terninho ou blazer), é imensa.

E quem são? De onde vêm? Tiveram acesso à saúde, educação, cultura, esporte, lazer, transporte, moradia e alimentação na infância e juventude?

Seria útil um censo para traçar esse perfil ? Qual a origem desses cidadãos e cidadãs que podem se apresentar ao País para traçar os destinos da nação?

Têm Bolsa Família? Quantos são originários das atuais 13,7 milhões  de famílias  “privilegiadas” que saíram da miséria extrema (renda mensal per capita de até R$ 178,00)  porque, mensalmente, recebem  R$ 89,00 por filho? Emergiram do corpo social de 392 mil famílias, recentemente, excluídas pelo Governo Temer do Bolsa Família?

Enfim, saber quem são essas pessoas que, efetivamente, podem brigar por uma vaga no Congresso ou nas Assembleias Legislativas para decidir os destinos do país seria mesmo de todo útil.

Contudo, não há esse tipo de censo, tampouco,  tempo na mídia tradicional para que toda a sorte de candidatos e candidatas possam se apresentar à massa. Fica difícil, mesmo, entender essa tal de democracia.

Resta acompanhar o esquentar dos ferros de passar os trajes daqueles que podem entrar no rateio dos  R$ 63,1 milhões anuais do Bolsa Paletó (gasto do Congresso Nacional e Assembleias Legislativas, segundo levantamento do Congresso em Foco, relativo a 2017).

Um dado também levantado pelo Congresso em Foco dá conta de que os milhões do  Bolsa Paletó  dariam  para garantir, por quatro anos, “vida boa” a  17 mil famílias, cada uma delas “embolsando”  míseros R$ 306 mensais (teto máximo do Bolsa Família, antes do aumento de 5,66%).

São famílias ainda distantes de verem um de seus filhos ou filhas vestir um paletó, terninho ou blazer, excetuando aquele traje que, aqui no Nordeste, é abotoado a caminho do além.

Sabe de uma coisa, não há que se falar em censo. A desigualdade  grita, é evidente, e pode  ser contada a olho nu.

Na verdade, o que é preciso é bom senso na hora escolher quem, entre os  privilegiados com o direito de ser votado, pode lutar para que, um dia, a democracia formal se transforme em democracia substancial.