19 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
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Em terra de 7×1, preocupar-se com o 5×1 é procurar pelo em ovo

Passei dois dias assistindo a um programa policialesco na TV. São várias modalidades de crime, mas uma não pode faltar às edições diárias de exposição da tragédia humana: mulheres mortas por ex-maridos ou ex-namorados que não aceitam o fim do relacionamento.

Peguei na Agência Brasil informações fresquinhas da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), sobre os índices de feminicídio na América Latina.

Segundo apurado, a cada dez feminicídios cometidos em 23 países da América Latina e Caribe em 2017, quatro ocorreram no Brasil. Foram 2.795 mulheres assassinadas na região, no ano passado, em razão de sua identidade de gênero –1.133 delas eram brasileiras.

Junte-se a isso a violência doméstica que alcança todas as classes sociais, vejam o caso da atriz Cristiane Machado, exibido nesse domingo, 18, pela Rede Globo, no Fantástico. Ela filmou as agressões feitas pelo marido e o caso ganhou repercussão nacional.

Além de leis severas e fortalecimento dos canais de denúncia – como as polícias e o Disque 100 –, é preciso promover uma revolução cultural nesse país. Infelizmente, parece que assistimos a uma involução.

A violência de gênero vem sendo tratada como vitimismo e “mimimi” pelo novo pensamento majoritário, incluindo mulheres que adotam o discurso antifeminista de carteirinha, mas, não abrem mão das conquistas obtidas pelas “feminazis de pernas e axilas peludas” do passado, como o direito ao voto e de viajar ao exterior sem precisar da autorização por escrito do marido.

E o pior de tudo: as forças do mal estão estimulando a perseguição aos professores, manchando a imagem da profissão e acusando aqueles que estimulam a reflexão de promover doutrinação, de perverter criancinhas.

Aliás, num país que transformou o 7 x 1 em sinônimo de derrota (não só no campo esportivo, mas no político e social), uma deputada alagoana, surfando na onda hipócrita-moralista, está nos levando ao ridículo por achar que o problema da nação está no 5 x 1.

Goooooooooooooool da Alemanha!