3 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
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Escola domiciliar é a aberração medieval que mutila o desenvolvimento humano

Trata-se de um atraso que impõe consequências trágicas nas vidas das crianças e adolescentes.

Ensino domiciliar: a aberração medieval

A esteira da pauta de costumes e a histeria política que assolaram o País nos últimos tempos, tem levado grande parte da sociedade brasileira a absorver retrocessos que remetem a aberração medieval.

O projeto aprovado na Câmara dos Deputados esta semana, que regulamenta e estabelece o ensino domiciliar no Brasil é uma delas.

Privar as crianças de frequentarem as escolas para aprender com os pais, ou quem eles indique, é mutilar o processo de aprendizado de crianças e adolescentes.

Diga-se de passagem que o projeto é uma bandeira do atual governo, pois chegou na Câmara por iniciativa do Ministério da da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, quando comandado pela ministra Damares Alves.

A ativação do chamado “homeschooling” (ensino domiciliar), que prevê aos pais o direito de ensinar os filhos em casa, foi uma bandeira levantada pelos pastores evangélicos das igrejas neopentecostais.

Eles hoje têm influência em todos os cantos do governo e já demonstraram isso com os cultos dentro do Planalto e ações no próprio Ministério da Educação, que levaram até as negociatas das propinas em barras de ouro.

Essa influência também acontece – e de forma ainda mais persuasiva – junto aos fiéis mais vulneráveis em suas igrejas. Uma gente que leva uma vida muito dura, em casa e no trabalho, no corre-corre para o transporte coletivo e, que naturalmente, será estimulada com aleluias a  a tirar os filhos das escolas e, partir daí, assumirem a condição de professores deles.

Essa estupidez demonstra, claramente, que o País perdeu o bonde da história e se apega ao atraso impondo consequências trágicas nas vidas das crianças e adolescentes.

Contra essa ignomínia o Unicef foi determinado: –Ao deixar a responsabilidade do ensino apenas com a família, a criança não terá acesso a visões e opiniões diversas, não desenvolvendo as habilidades para lidar com elas de uma maneira construtiva e pacífica.

Portanto, a proposta é um acinte. E será a cereja do desmonte do sistema de ensino, promovido por uma sociedade doentia e um governo aloprado que navega na contramão do desenvolvimento humano.

Curioso é que as nossas elites estão caladas. Muitos por acharem que isso não lhes pertence e outros por interesses meramente ideológicos no processo.

Pois essa aberração medieval vai entrar em votação no Senado Federal. Se passar será muito comemorado pelos que ainda acham que a terra é plana.

Sem falar nos que confundem a”terra plana” com a palmatória.

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