Políticos da esquerda, direita e centro acompanharam de perto a repercussão dos atos a favor do ministro da Justiça, Sergio Moro, e do governo Bolsonaro neste domingo (30).
E a avaliação geral foi de que o volume foi significativamente menor do que os de 26 de maio. A principal referência para comparar com o ato anterior foi a ocupação de sete quarteirões da avenida Paulista em maio. Ontem, foram quatro.
Além disso, ficou aparente a retórica do ministro comentar o apoio que recebeu com a expressão “Eu vejo, eu ouço”. Este teria sido umsinal de adesão ao discurso messiânico que caracteriza parte de seus apoiadores, em boa parte, adepta à bancada religiosa.
Sou grato ao PR @jairbolsonaro e a todos que apoiam e confiam em nosso trabalho. Hackers, criminosos ou editores maliciosos não alterarão essas verdades fundamentais. Avançaremos com o Congresso, com as instituições e com o seu apoio.
— Sergio Moro (@SF_Moro) 30 de junho de 2019
Bolsonaro
Apesar do consenso no apoio irrestrito ao ministro Sergio Moro e à operação Lava Jato, os movimentos organizadores da manifestação de hoje na Avenida Paulista, em São Paulo, divergiram em outros pontos, principalmente no alinhamento ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Foram quatro os principais grupos que organizaram o protesto na capital paulista: Vem Pra Rua, Nas Ruas, MBL (Movimento Brasil Livre) e uma espécie de consórcio entre o Direita SP, ligado a parlamentares do PSL em São Paulo, e grupos menos expressivos. Também participaram do ato coletivos menores, além de manifestantes independentes.
A falta de apoio explícito do MBL ao governo Bolsonaro foi motivo de crítica dos outros grupos que participaram da manifestação. Integrantes do Direita SP e do MBL chegaram a discutir e se agredir durante o ato. A PM (Polícia Militar) precisou intervir, mas ninguém foi preso.
O MBL também foi alvo de críticas em outras manifestações pelo Brasil, sobretudo no Rio de Janeiro. Aliado de Jair Bolsonaro desde a eleição, o empresário Luciano Hang subiu ao trio do Nas Ruas e fez um discurso exaltado contra a oposição e o “esquerdopatas”.
O presidente, por sua vez, ao comentar nas redes sociais os atos de domingo, não fez como seu ministro e não o mencionou.
Parabéns a todos que foram às ruas nesse 30/06. A mensagem de vocês é p/ TODAS as autoridades: “não parem o Brasil, combatam a corrupção, apoiem quem foi legitimamente eleito em 2018.” Respeito todas as Instituições, mas acima delas está o povo, meu patrão, a quem devo lealdade.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 30 de junho de 2019