3 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Maceió

Falta de pagamento: Sinturb culpa transporte clandestino pelo cruzar de braços na Veleiro

Para 2019, a categoria solicita um aumento de 13,7% em cima da atual tarifa; Sendo atendidos, o valor atual de R$ 3,65 passaria a ser R$ 4,15.

Na manhã deste sábado (26), os rodoviários da empresa Veleiro, pararam as atividades por falta de pagamento, em meio à crise causada por prejuízos vindos do transporte clandestino em toda capital.

Segundo dados do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros (Sinturb), em 2018, a Empresa Veleiro, uma das responsáveis pelo transporte municipal de Maceió, perdeu quase um milhão de passageiros (976.535,00), com um prejuízo de mais de 3,5 milhões de reais.

Além de atender passageiros das regiões da parte baixa de Maceió, a Veleiro também atua no transporte metropolitano. Ambos serviços paralisados na manhã deste sábado pelos rodoviários. No total, a categoria na capital possui mais de 4 mil rodoviários.

O Sinturb reforça que o caso da empresa Veleiro, é um reflexo do que acontece com as empresas que prestam o serviço para toda cidade de Maceió (Cidade de Maceió, Real Alagoas e São Francisco), que nos últimos dois anos registram mês a mês a queda de passageiros para o transporte clandestino, atividade ilegal que segue crescendo em todos os bairros de Maceió e sem fiscalização devida.

Por esses prejuízos acusados a todas as empresas, o Sindicato reforça a importância do cumprimento do contrato quanto o reajuste tarifário anual previsto para todo início de ano. Para 2019, a categoria solicita um aumento de 13,7% em cima da atual tarifa. Sendo atendidos, o valor atual de R$ 3,65 passaria a ser R$ 4,15.

Outro lado

Mais de 30 movimentos e instituições sociais oficializaram na Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) um pedido para que a passagem de ônibus da capital sofra uma redução e não um aumento em Maceió, a ser discutido este ano.

Além da redução do valor da passagem, de R$ 3,65 para R$ 3,15, as empresas querem públicas as informações a respeito da margem de lucro. “800 mil pessoas vivem abaixo da linha da pobreza em Alagoas, o estado possui a segunda menor média salarial do país e a segunda maior taxa de desempregados do Brasil, segundo dados do IBGE”, lembra trecho do ofício. Confira na íntegra:

Solicitação de redução no valor das tarifas de transporte

Os trabalhadores e cidadãos de Maceió e do estado de Alagoas estão entre os que mais sofrem com os efeitos da crise econômica que passa o país. Os dados são alarmantes: 800 mil pessoas vivem abaixo da linha da pobreza em Alagoas, o estado possui a segunda menor média salarial do país e a segunda maior taxa de desempregados do Brasil, chegando a 17,3%. Em Maceió, segundo o IBGE, aproximadamente 40% da população vive com até metade de um salário mínimo.

Apesar disso, não bastasse o reajuste que os empresários do transporte tiveram no valor da tarifa em fevereiro de 2018, passando de R$ 3,50 para R$ 3,65, apresentam agora uma nova proposta de reajuste de 13,7%, alterando o valor para R$ 4,15. Como se vê, trata-se de uma proposta gananciosa, que tem por objetivo apenas aumentar os lucros dos empresários e prejudicar ainda mais a vida da população.

A verdade é que, dada a situação socioeconômica da população e a comparação do valor das passagens com outras cidades do país, como é o caso de Macaé, no Rio de Janeiro, que possui a taxa de apenas 1 real para os ônibus, o atual valor da tarifa em Maceió já é altamente abusivo.

Para piorar, o serviço oferecido pelas empresas é reconhecidamente de péssima qualidade. Quem necessita do transporte coletivo sofre com longas esperas nos pontos e terminais, com ônibus sujos e superlotados.

Ademais, a justificativa de reajuste apresentadas pelo Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros – SINTURB, são frágeis: “a perda de passageiros para o transporte clandestino” e “variação do preço do diesel”. Ora, se o valor da passagem do ônibus aumenta é natural que as pessoas procurem alternativas de locomoção. Além disso, no último período, tem sido adotada uma política federal de redução no valor do diesel.

Diante do exposto, reivindicamos:

1) Diminuição no valor das tarifas do transporte público em 13,7%. Passando dos atuais R$ 3,65 para R$ 3,15;

2) Planilha financeira das empresas de transporte. É preciso tornar pública a informação da margem de lucro de cada uma das empresas que prestam esse serviço à população.

Governo

Sem data prevista para a reunião com o Conselho Municipal de Transportes Coletivos, onde seria apresentada uma contraproposta de preço do valor da passagem, ficará para fevereiro a discussão sobre o pedido de reajuste da passagem de ônibus da capital.

O Sinturb (Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros) fez seu pedido anual de aumento do valor da passagem de ônibus em dezembro. Para 2019, a categoria solicita um aumento de 13,7% em cima da atual tarifa. Sendo atendidos, o valor atual de R$ 3,65 passaria a ser R$ 4,15.

O pedido de reajuste para a tarifa de 2019 vale para as quatro empresas que fazem o transporte urbano de passageiros da capital.

Além dos 7,91% de reajuste prevista no edital de licitação, vem somado ainda a estimada perda de passageiros para o transporte clandestino,  variação do preço do diesel e reajuste salarial dos rodoviários dado acima da inflação, ou mais 6,25%. E isso a partir de janeiro.

Uber Juntos

As empresas de transporte urbano de passageiros de Maceió já agem com chegada do Uber Juntos, onde usuários do aplicativo podem compartilhar viagens com pontos de embarque e desembarque pre-definidos, no momento em que o usuário faz a solicitação.

O modelo já existe em São Paulo, Rio de Janeiro e Niterói, mas as empresas acusam a atividade como transporte de passageiros clandestina, assim como os táxis lotações, que são proibidos pela prefeitura de Maceió. Esta categoria da Uber compete diretamente com o transporte coletivo e pode trazer impacto para o equilíbrio econômico financeiro das empresas.

O Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros (Sinturb) enviou a Superintendência Municipal de Transporte e Transito um ofício onde pede a proibição da categoria. O documento foi entregue em dezembro do ano passado, na sede do órgão.

“A nossa preocupação é que a categoria piore ainda mais o quadro de transporte irregular na capital, como atualmente é registado com a atuação dos clandestinos. É preciso lembrar também que empresas de ônibus da capital cumprem com as obrigações, impostos e são responsáveis por mais de 4 mil postos de trabalho, além de garantir benefícios de gratuitidade previstos na lei, diferente desse tipo de transporte por aplicativo e clandestinos”.

O texto é assinado por Guilherme Borges, Presidente do Sinturb. As empresas de transporte de todo Brasil, foram aconselhadas pela Associação Nacional de Transportes – NTU, a anunciar a ameaça ao setor ao poder executivo de cada cidade.

Prefeitura de Maceió publicou no Diário Oficial em setembro do ano passado o Projeto de Lei que regulamenta o transporte remunerado de passageiros por aplicativo, como 99 e Uber. O que mais chamava a atenção é uma cobrança de 2% do valor da corrida, referente ao Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN).