7 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Blog da Graça Carvalho

Feminista, sim, e por que não?

Se hoje podemos exercer direitos sociais e políticos é porque mulheres corajosas, as “feministas” deram sua contribuição a essas conquistas

Mulheres são mulheres. Não importa se gostam de homem, se gostam de mulher ou se querem ser celibatárias. Mulheres sentem, amam, acertam muito e erram feio também.

Mulheres gozam, vibram e, em sua maioria, têm um olhar compadecido para a dor das minorias, ainda que, muitas vezes se omitam, quando deveriam demonstrar sua indignação.

Então, é de se perguntar o que está ocorrendo com mulheres que, com palavras e gestos de ódio  e manifestações de desapreço apoiam atos abomináveis,  a exemplo do ocorrido no último domingo, em Recife, esquecendo de si mesmas, de sua condição feminina.

Que se olhe torto para o movimento feminista por uma discordância ideológica ou mesmo de ordem religiosa, ali ou acolá, normal. Há espaço para divergência numa democracia, mas não dá para deixar de reconhecer que, se hoje podemos exercer direitos sociais e políticos é porque mulheres corajosas, as “feministas”, deram suas próprias vidas, no Brasil e nos quatro cantos do mundo,  ao longo de séculos, para dar um basta ao círculo vicioso do desrespeito à condição feminina.

Sinto-me parte desse grande movimento, ao qual rendo aqui minha homenagem. Sou feminista em casa, no trabalho, no meu relacionamento amoroso, na educação da minha filha, enfim, acredito que devo também dar a minha contribuição.  Mesmo  sentindo que ainda faço muito pouco, do ponto de vista coletivo, reconheço em mim uma feminista.

E, como tal, abro espaço aqui no Blog para convocar todas as mulheres, independente de siglas partidárias e, evidentemente, de preferência sexual, a irem à orla de Maceió, no próximo sábado, a partir das 15 horas.

Não só para dizer #EleNão, mas para manifestar, pacificamente, seu repúdio a esse coro fascista que aposta na disseminação do ódio e do desrespeito às mulheres e a todas as minorias, numa tentativa de  reimplantar o terror no nosso país.