O senador Flávio Bolsonaro tinha uma acareação marcada com o Ministério Público Federal (MPF), no Rio de Janeiro, nesta segunda (21), com o empresário Paulo Marinho.
O objetivo seria esclarecer informações sobre o suposto vazamento da Operação Furna da Onça, em 2018. Ele só não poderia comparecer se apresentasse um atestado médico.
Ainda assim, ele não compareceu com a alegação de que estava cumprindo agenda oficial no Amazonas. Seu compromisso era uma visita ao programa do apresentador Sikêra Jr.
Ele e seu irmão, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, estavam no programa do apresentador bolsonarista, dançando e cantando uma música contra os “maconheiros”.
A procuradoria vai apurar se Flávio cometeu crime de desobediência por faltar à acareação.
Furça da Onça
A partir da denúncia feita em maio por Marinho, suplente de Flávio no Senado, o MPF investiga um suposto vazamento de informação da Operação Furna da Onça a Flávio Bolsonaro.
Segundo o empresário, Flávio teria sido avisado da existência da operação entre o primeiro e o segundo turnos das eleições de 2018 por um delegado da PF que era simpatizante da candidatura de Jair Bolsonaro.
Os policiais teriam segurado a operação, então sigilosa, para que ela não ocorresse no meio do segundo turno, evitando prejuízo à então candidatura de Bolsonaro.
A Operação Furna da Onça tornou público relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) que aponta movimentação atípica na conta de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio. O documento também apresenta indícios da prática de rachadinha no gabinete do filho mais velho de Jair Bolsonaro.
Na versão de Marinho, o delegado-informante teria aconselhado Flávio a demitir Queiroz e uma das filhas dele, que trabalhava no gabinete de deputado federal de Jair Bolsonaro em Brasília.