20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Golpe: Bolsonaro compartilha (e apaga) vídeo questionando vitória de Lula na eleição

Ex-presidente deixa hospital nos EUA e planeja voltar ao Brasil antes de ser deportado ou extraditado

 

Na madrugada desta quarta-feira, dia em que bolsonaristas planejam atos em todo o Brasil para uma “tomada no poder“, o perfil no Facebook do ex-presidente Jair Bolsonaro compartilhou um vídeo que questiona a vitória de Lula nas eleições de outubro.

Essa postagem, no entanto, não foi a primeira e nem seria a última vez que ele apontaria fraude, de forma infundada, no sistema eleitoral:

  • Bolsonaro já chamou o voto eletrônico de “porcaria” e defendeu o voto impresso;
  • Repetiu diversas vezes a mentira de que o processo eletrônico de votação não é auditável e é “fraudável”;
  • Insinuou que a invasão ocorrida em sistemas do TSE em 2018 indicaria a existência de fraude eleitoral;
  • Afirmou que a contagem de voto é feita por “meia dúzia” de pessoas em uma “sala fechada”;
  • Fez acusações de fraudes em eleições passadas sem apresentar qualquer prova de suas alegações.

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Jair, que fugiu para os Estados Unidos dias antes do fim de seu mandato, atiçou mais uma vez os ânimos de seu gado. E se antes eles tentavam ver ‘linguagens subliminares”, como batidas na mesa que juravam ser código morse ou um passeio no mercado que juravam ser dica para estocar comida, desta vez ele foi direto: ainda não concorda com a derrota nas urnas.

O líder do culto e seu entorno demorou a reagir após a invasão e quebra-quebra no domingo, em Brasília, praticado pelo lado extremista dos seguidores. Mais de um dia depois, resolveram falar e mentir: disseram que detidos morreram, que estão em campos de concentração (apesar de estarem usando celular e internet), reclamam da comida e pedem até mesmo direitos humanos.

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Se esquecem, no tanto, que todos ali podem lidar com penas de até 30 anos de prisão.

EUA

Bolsonaro é um dos que pode ser preso. Tido como responsável pelo clima de instabilidade no país, após anos de confrontos com os outros poderes, discurso de ódio e facilidade na entrega de armamento para extremistas, Jair fugiu para os EUA pois pela primeira vez em 34 anos ficaria sem imunidade parlamentar.

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Entretanto, a possibilidade de ser expulso do país que tanto idolatra, seja por ser deportado ou extraditado (políticos americanos querem ele fora, a oposição brasileira o quer de volta e punido), seus filhos convenceram ele: politicamente, seria melhor voltar pela própria vontade – especialmente depois de conferir que o bolsonarismo ainda não morreu.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou, na tarde de ontem, o hospital AdventHealth Celebration, em Orlando, nos Estados Unidos. Segundo interlocutores do político consultados pelo UOL, ele planeja antecipar o retorno ao Brasil.

Um dos motivos que teria motivado a saída voluntária de Bolsonaro do AdventHealth é que ele prefere ficar sob os cuidados do cirurgião Antônio Luiz Macedo, único médico que o acompanha desde a facada sofrida durante a campanha de 2018.

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Da última vez que isso aconteceu, no final de 2021, foram mais de 13 dias de farra, passeando de jet-ski, ouvindo funk, passeando no Beto Carreiro e evitando ao máximo as enchentes que afetaram mais de 2/3 dos municípios da Bahia. Isso tudo um mês antes de aparecer comendo farofa como um deficiente físico.

Os dias de farra de Jair só acabaram depois do presidente comer camarão sem mastigar direito e sofrer uma constipação. Achando que ia morrer, ele chorou ao relatar seu desespero ao médico pessoal, Antônio Luiz Macedo.

Vale lembrar: o intestino preso de Jair custou mais uma fortuna por fora: Macedo estava de férias nas Bahamas e voltou às pressas, em voo fretado em aeronave da FAB. Uma logística que pode ter custado quase R$ 700 mil e segue sem ser explicada.