24 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Recordista em gastos, Bolsonaro diz que ‘nunca tirou 1 centavo’ de cartão corporativo pessoal

“Tem umas 50 emas aqui. Você quer que eu pague do meu salário a ração para elas?”

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse em evento na Petrobras, nesta segunda (31), nunca ter feito uso pessoal de um de seus três cartões corporativos. Segundo ele, esse teria limite de até R$ 25 mil por mês e poderia ser utilizado, por exemplo, para “tomar tubaína com coca-cola”.

“O meu cartão, que eu posso sacar até R$ 25 mil por mês e tomar em tubaína com Coca-Cola, nunca tirei um centavo”. Jair Bolsonaro.

Segundo matéria do jornal O Globo, despesas com cartões corporativos da Presidência da República em 2021 chegaram a R$ 11,8 milhões, o que representa o maior valor dos últimos sete anos.

Leia mais: Vídeo de Bolsonaro lambuzado de farofa repercute mal e até ministro apaga post

Bolsonaro ainda tem menos de um ano de mandato pela frente. No total, Jair gastou R$ 29,6 milhões com cartões corporativos até dezembro do ano passado.

O valor é 18,8% maior do que os R$ 24,9 milhões consumidos nos quatro anos da gestão anterior, que acabou sendo dividida por Dilma Rousseff (2015-2016) e Michel Temer (2016-2018).

“Tem umas 50 emas aqui. Você quer que eu pague do meu salário a ração para elas?”, já chegou a dizer o presidente, em novembro do ano passado.

Férias

No fim de dezembro, o presidente Bolsonaro e família passaram alguns dias de folga em Santa Catarina. De acordo com o jornal, os montantes, que foram corrigidos pela inflação, correspondem às faturas de 29 cartões vinculados à Secretaria de Administração da Presidência da República. Os cartões estão sob a responsabilidade do mandatário, de seus familiares e auxiliares mais próximos.

Dois dos cartões ficam permanentemente sob poder de Bolsonaro. Os cartões podem ser utilizados para despesas do dia a dia, como refeições durante viagens. As razões dos gastos, porém, são mantidas em sigilo. A alegação é de que a divulgação delas colocaria o presidente em risco.