27 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Economia

IBGE: Com menor índice desde 1998, inflação fica negativa em 0,04%

Deflação reflete o empobrecimento da população e a incapacidade de comprar, forçando a queda de preços no comércio e indústria

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial no país, variou -0,04% em setembro. A taxa registrada em agosto havia sido de 0,11% e em setembro de 2018, de 0,48%. Este é o menor resultado para um mês de setembro desde 1998, quando o IPCA ficou em -0,22%. De janeiro a setembro, o índice acumula alta de 2,49%.

Em 12 meses, ficou em 2,89%, abaixo dos 3,43% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. O resultado está dentro do limite da meta do governo, de manter a inflação em 4,25% no ano, com uma tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo, ou seja, podendo variar entre 2,75% e 5,75%.

Deflação

A ocorrência da deflação por longo período de tempo é ruim para a economia do país, pois reflete o empobrecimento da população e a incapacidade de comprar, forçando a queda de preços no comércio e indústria. Esse movimento pode desacelerar ainda mais a economia.

A deflação de setembro foi influenciada principalmente pela queda de preços de 0,43% dos alimentos e bebidas. Os alimentos para serem consumidos em casa passaram a custar, em média, 0,70% menos no mês.

As principais quedas foram registradas pelo tomate (-16,17%), que foi o item individual que mais impactou o IPCA; a batata-inglesa (-8,42%); a cebola (-9,89%) e as frutas (-1,79%).

Alimentos têm alta

Ainda assim, alguns alimentos tiveram alta, como o leite longa vida (1,58%) e as carnes (0,25%). Outros grupos de despesas com deflação foram a comunicação (-0,01%) e artigos de residência (-0,76%). Estes últimos foram puxados pelo recuo de preços dos eletrodomésticos e equipamentos (-2,26%) e dos itens de TV, som e informática (-0,90%).

Os gastos com saúde e cuidados pessoais tiveram a maior alta de preços em setembro: 0,58%. Nesse grupo, o aumento foi influenciado pelas inflações de 1,65% dos artigos de higiene pessoal, e de 0,57% dos planos de saúde.

Os transportes mantiveram seus preços no mês. Os demais grupos tiveram as seguintes taxas de inflação: habitação (0,02%), vestuário (0,27%), despesas pessoais (0,04%) e educação (0,04%).