Indicado para a presidência da Petrobras, Adriano Pires desistiu de assumir o comando da empresa depois de o governo Bolsonaro receber informações de que o nome dele não passaria no “teste” de governança da empresa.
A desistência, comunicada ao Palácio do Planalto, vem depois de o Estadão revelar que o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pediu que Pires fosse impedido de assumir o cargo enquanto não houvesse uma investigação do governo (Controladoria-Geral da União e Comissão de Ética) e da Petrobras sobre a atuação dele no setor privado.
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Ele foi indicado pelo governo como o terceiro presidente da Petrobras. Antes do general Silva e Luna (que ainda está no cargo), o comando era de Roberto Castello Branco.
Como sócio fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), Pires tem contratos de longo prazo com petroleiras e empresas de gás, como a Cosan. Ele teria que abrir mão dos negócios.
Segundo fontes, Pires achou que daria simplesmente para passar para o filho, o que não é permitido pelas regras de governança da estatal. Com o impedimento, ele decidiu abrir mão do comando da Petrobras.
Governo
Apesar disso tido tudo, a ordem de Bolsonaro é para que não se tomasse decisões precipitadas. Agora, auxiliares do presidente devem conversar com Pires para verificar quais pontos o levaram de fato a desistir do cargo e tentar encontrar soluções para a situação.
Por isso que por volta das 13h30 uma nota distribuída pela assessoria do ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) tentou arrefecer os rumores de vacância na lista dos indicados.
“O Palácio do Planalto e o Ministério de Minas e Energia não receberam nenhum comunicado oficial do Senhor Adriano Pires nesta segunda-feira (04/04)”.
No fim de semana, o governo já havia recebido a recusa do presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, para assumir a chefia do Conselho da Petrobras.
A saía do general Joaquim Silva e Luna foi a segunda troca em um ano na Petrobras. O motivo da mudança são as queixas de Bolsonaro sobre as altas nos preços dos combustíveis, como o mega-aumento no valor dos combustíveis nas refinarias – alta de 18,8% na gasolina e 24,9% no diesel, em 10 de março.