17 de junho de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Justiça quebra sigilo fiscal de Flávio Bolsonaro e mais 90

MP diz que Senador direciona esforços para interromper processo em que é acusado de corrupção no laranjal do Queiroz

Flávio Bolsonaro, investigado por corrupção, tem sigilo fiscal quebrado.

A Justiça do Rio de Janeiro autorizou a quebra de sigilo bancário e fiscal do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e de seu ex-assessor Fabrício Queiroz.

A decisão, do dia 24 de abril, foi divulgada nesta segunda-feira (13). Além deles mais de 90 pessoas tiveram os sigilos quebrados no período de 2007 a 2018.

Já o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) afirmou que o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) tem direcionado seus esforços para tentar interromper investigações sobre movimentações financeiras atípicas em seu gabinete de deputado estadual no Rio e se recusa a prestar esclarecimentos aos procuradores embora já tenha sido convidado diversas vezes.

O caso tipifica um esquema de corrupção montado no gabinete de Flávio Bolsonaro com a participação de milicianos e assessores

A nota oficial do MP foi divulgada na tarde desta segunda-feira (13) em resposta a uma entrevista exclusiva concedida pelo senador ao jornal O Estado de S. Paulo. Na entrevista, Flávio afirma que “há grande intenção de alguns do Ministério Público de me sacanear, de mais uma vez colocar em evidências coisas que não fiz”.

Ele afirmou também que “alguns pouquíssimos integrantes do Ministério Público estão tentando atacar minha imagem para atacar o governo Jair Bolsonaro. Infelizmente, tem militância política em tudo quanto é instituição e no Ministério Púbico não é diferente”. E acusou o MP de vazar informações sigilosas a seu respeito.

“O Ministério Público do Rio de Janeiro repudia com veemência as declarações de Flávio Bolsonaro”, informou a nota. “O MPRJ reafirma que sua atuação é isenta e apartidária.”

O MP negou também que tenha divulgado informações sigilosas sobre o senador. “O relatório de inteligência financeira encaminhado pelo Coaf em janeiro de 2018, contendo diversas movimentações atípicas envolvendo assessores de parlamentares da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), foi mantido em absoluto sigilo no âmbito do MPRJ, sendo prova maior de sua neutralidade política.”

O MP concluiu a nota informando que “o senador Flávio Bolsonaro tem direcionado seus esforços para invocar o foro privilegiado perante o Supremo Tribunal Federal ou mesmo tentar interromper as investigações, como o fez junto ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, fato amplamente notificado nos meios de comunicação.”

E ainda: “O referido parlamentar não adota postura similar à de outros parlamentares, prestando esclarecimentos formais sobre os fatos que lhe tocam e, se for o caso, fulminando qualquer suspeita contra si. O senador é presença constante na imprensa, mas jamais esteve no MPRJ, apesar de convidado.”