Em jantar com líderes do Congresso Nacional, ministros de governo e do Supremo Tribunal Federal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sentiu que no campo político atual a situação é mais complicada do que parece.
E não por conta das ideologias, mas pelas garantias do “ou dá ou desce”, para governar o País.
O jantar foi na última sexta-feira, 26, e Lula pode perceber que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), é uma espécie de ninja do Centrão. Contrariar os interesses maiores dele é criar um abismo para o governo se jogar dentro.
Hoje, com o poderio que tem no controle de bancadas na Câmara, Lira impõe derrotas e libera vitórias – como e quando quiser – para o governo.
Assim é e seria com qualquer outro governante no Planalto. Arthur Lira instituiu o parlamentarismo “ad hoc” no Brasil.
Lula fez acordo com União Brasil, PSD e MDB – partidos com ministérios na estrutura de governo – mas não os tem integralmente na base de sustentação, por que desde que assumiu a presidência da Câmara, lira comanda a maioria da tropa com mãos generosas.
Aliar-se de acordo com as vontades parlamentares ou curvar-se em direção ao abismo. Eis questão que o presidente Lula tem a enfrentar.
O presidente, velha raposa felpuda, aposta no diálogo com a turma. Principalmente com o PP de Lira, que ainda está ressentido com a não institucionalização do famigerado Orçamento Secreto, devido decisão judicial.
Enfim, o caminho é difícil, a estrada é longa. Mas a sede em cada parada é interminável.
Assim, parafraseando o poeta mineiro, lá se foi o tempo de “agua de beber, bica no quintal”..
E o tempo parava.
”