20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Lira diz que eleitor deve escolher orçamento secreto ou o “humilhante” mensalão

Presidente do Congresso diz que antes parlamentar levava chá de cadeira de cinco horas de um ministro para pedir recurso

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), analisou eleições deste domingo ao afirmar que o Congresso Nacional continuará liberal e reformista para discutir os temas que importam ao País.

Com mais deputados reeleitos e menos novatos, renovação da Câmara será de 39%. O índice de renovação nesta eleição caiu em relação ao registrado em 2018.

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Segundo ele, ainda neste ano a Câmara poderá discutir em Plenário a reforma administrativa e dar andamento à reforma tributária. Lira destacou ainda o crescimento dos partidos de centro para a próxima legislatura. As afirmações foram feitas em entrevista à Globonews no início da tarde desta segunda-feira (3).

Arthur Lira também criticou os institutos de pesquisa, que, segundo ele, erraram bastante com diferenças, bem acima da margem de erro, entre o resultado final da eleição e os projetados na véspera do pleito.

Há deputados, inclusive, propondo uma CPI para investigar as pesquisas eleitorais no País. “As empresas de pesquisa não devem ser usadas para conduzir o eleitorado, por isso temos que votar propostas que responsabilizem esses institutos”, disse Lira.

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Orçamento secreto

Na entrevista, Lira foi questionado se a baixa renovação da Câmara teria a ver com o orçamento secreto, mais conhecido como emendas de relator.

Lira afirmou que o orçamento é “municipalista” e atende às demandas da população. Disse ainda ser errada essa visão de que o Orçamento pertence ao Executivo. Segundo ele, não dá para creditar derrotas e vitórias ao Orçamento, porque se trata de um instrumento democrático e legítimo.

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“Vou falar muito de Orçamento, discutir de quem é a atribuição: você quer orçamento feito pelo relator, distribuindo pelos senadores e deputados ou a volta do mensalão ou aquela humilhação que o parlamentar leva um chá de cadeira de cinco horas de um ministro para pedir recurso”?

“Estamos avançando com relação à transparência. Essa crucificação do Orçamento, como ocorreu no primeiro turno, tenho certeza de que esse assunto será aclarado para a população”, afirmou.

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