A indicação de Osmar Terra para o Ministério da Cidadania irritou a bancada evangélica. São 180 deputados dispostos a se rebelar caso não tenha cargos na Esplanada.
“Quem é Osmar Terra comparado ao Magno Malta?”, questiona o pastor Silas Malafaia. Este já é o segundo entrave com colegiado. O primeiro foi quando Bolsonaro indicou Ricardo Vélez Rodríguez para a Educação sem aguardar a sugestão dos evangélicos.
“Aprendi uma coisa: gratidão é memória do coração”, diz o pastor, que recentemente gravou um vídeo em apoio ao senador capixaba. Segundo Malafaia, para Bolsonaro na campanha, Malta “esqueceu a campanha dele e tomou ferro”. Agora ficou a ver navios.
Antes, ao lado de Malafaia em um culto, o presidente eleito já admitiu não ser o mais capacitado, mas que Deus o daria forças. Resta saber se esse racha com a bancada religiosa atrapalhará o auxílio divino.
Bolsonaro chegou a dizer em junho, na Marcha para Jesus, que enviou uma “cartinha de amor” para convencer seu “vice dos sonhos” a ficar do seu lado. Malta, contudo, declinou o convite.
Magoado
O senador Magno Malta (PR/ES) deixou Brasília dizendo estar “magoado e machucado”, após ter sido preterido mais uma vez pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), no Ministério da Cidadania. Malta, aquele que puxou a reza de Bolsonaro em cadeia nacional. E que também rezou ao lado do futuro presidente, em seu leito no hospital, após ser esfaqueado.
Ele viajou para se isolar num sítio, reclamando estar entre os últimos a serem convocados. “Vou receber a marmita?” Até agora nem isso. Malta acusa os filhos de Bolsonaro e o general Hamilton Mourão pelo veto ao seu nome.
Vice do presidente eleito, o general Antonio Hamilton Mourão chegou a se referir a Malta como um “elefante na sala” depois de ter rejeitado ser o número dois de Bolsonaro.
Segundo Malafaia, Malta “está lá no sítio dele no Espírito Santo”, recolhido, e ainda “ora pra Bolsonaro dar certo”.