20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Major Vitor Hugo apresenta PL que perdoa criminosos que protestam contra eleição

Deputado que não foi eleito nas eleições deste ano propõe anistiar manifestantes de atos antidemocráticos

O deputado federal Major Vitor Hugo (PL-GO), que já foi líder do governo na Câmara e assim como seu presidente foi derrotado nas eleições deste ano (e além de não ter cargo público, não terá imunidade parlamentar), propôs nesta quinta-feira o projeto de lei 2858/22, que prevê anistiar para manifestantes de atos antidemocráticos.

Resumindo melhor: como mais um derrotado democraticamente nas urnas, o futuro ex-deputado, já preocupado com problemas na Justiça, simplesmente quer que sejam perdoados todos os crimes feitos (e que ainda seriam feitos) por todos os bolsonaristas, desde que Lula venceu as eleições.

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O Major Vitor Hugo quer o perdão por todos os absurdos cometidos neste período. Sejam rodovias fechadas de forma inconsequente, pacientes impedidos de ir para hospitais, destruição de propriedade pública e até mesmo pedidos por uma ditadura (“intervenção”) militar (para quem não sabe, é sim crime segunda a Lei 7.170/83)

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Mais diretamente, o documento pede anistia a “manifestantes, caminhoneiros, empresários e todos os que tenham participado de manifestações nas rodovias nacionais, em frente a unidades militares ou em qualquer lugar do território nacional do dia 30 de outubro de 2022 ao dia de entrada em vigor desta Lei.”

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As exceções seriam apenas para “crimes contra a vida, contra a integridade corporal, de sequestro ou de cárcere privado”, como nos casos de tiros contra policiais, agressões contra quem não é bolsonarista ou até mesmo sequestro e assassinato de rivais políticos.

Como se já não fosse o suficiente, o deputado incluiu na lista de anistiados financiadores, organizadores e apoiadores, além de “falas, comentários ou publicações em redes sociais ou em qualquer plataforma na rede mundial de computadores”.

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Um revogaço de crimes presentes e futuros. Isso porque, para ele, “são legítimas e conduzidas espontaneamente por cidadãos indignados pela forma como se deu o processo eleitoral” e que a aprovação do projeto configuraria um “gesto de pacificação e de redenção” do Congresso na retomada do “papel de defensor e protetor do povo brasileiro”.

No intuito de acelerar a aprovação, o deputado pretende recolher assinaturas para que o projeto não precise passar pelas comissões. Para isso, ele precisa de ao menos 257 dos 513 deputados.